Lázaro de Carvalho

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090 – Hábitos

In Artigos on 31 de julho de 2011 at 15:48

Esta página está ilustrada pela presença oportuna de um grande mestre, importante e fundamental no contexto do conhecimento com o qual tenho convivido durante todos esses anos. Nos vários escritos que nos deixou encontra-se um vasto repertório de comentários distribuídos em vários volumes, sobre os ensinamentos de Gurdjieff e Ouspenski. Conviveu com o Sr. Gurdjieff, na França, durante alguns anos, depois de ter sido anteriormente agraciado como um dos integrantes do grupo de estudos do professor Jung. Portanto, o Dr. Maurice Nicoll é influente o bastante para delinear métodos e práticas ao longo da minha vida.

O Dr. Nicoll inicia dizendo que, depois de uma certa idade, nós não somos absolutamente nada, senão “uma massa compacta de hábitos adquiridos”. Esses hábitos possuem raízes fortes e consistentes em todos os Centros: Motor, Instintivo, Emocional e Intelectual. São esses hábitos profundamente arraigados que nos mantêm adormecidos, impossibilitando assim qualquer desenvolvimento do trabalho desses Centros, e transformando nossa existência, não conforme gostaríamos que fosse, mas segundo a determinação imposta por eles.

Nem sequer os chamamos hábitos, lhes damos outros nomes, criando assim o que caracterizamos como “fazer”, que nada mais é que a repetição pura e simples de hábitos herdados, além de outros cultivados por nós mesmos. Toda forma não dirigida de imaginação nos ajuda a alimentá-los, a permanecer, por assim dizer, dormindo.

O Dr. Nicoll nos diz que “a grande maioria de nós não pensa por si mesmo, apenas sustenta opiniões sobre aquilo que ouve”.

ESTAS OPINIÕES TORNAM-SE CORRIQUEIRAS E HABITUAIS, TORNANDO A NOSSA MENTE PRESA FÁCIL DA IDENTIFICAÇÃO.

É interessante ver que para os fins da natureza em si mesma, não é nem um pouco interessante que pensemos por nós mesmos.

O DESPERTAR SÓ INTERESSA AOS PODERES SUPERIORES DA EXISTÊNCIA.

Pense por um instante: se um cavalo pudesse pensar, você acha que isso seria interessante para o seu dono? Quando iniciamos “o despertar”, não somos nem um pouco interessantes para as forças que nos mantém adormecidos.

PENSAR VERDADEIRAMENTE POR NÓS MESMOS SIGNIFICA: CRIAR UM NOVO MUNDO.

Mas, tal como somos hoje, “uma massa compacta de hábitos adquiridos”, a que eu chamo de Procissão da Miséria Humana, pensamos apenas segundo opiniões adquiridas; de acordo com a educação que recebemos; ou determinados pelos ódios e rancores que nutrimos na alma e no coração.

Acho que não é demais citar aqui uma belíssima frase de Paulo Raful, da Escola Gurdjieff de São Paulo: “Vocês estão aqui para aprender a odiar menos, a si mesmos e aos outros”. Quando a máscara da imaginação cai por terra, somos arremessados junto com ela, mas a verdade é muito linda. Vale a pena fazer esforços para aprender.

Aqui, o Dr. Nicoll nos recorda uma frase de Gurdjieff: “O homem não pensa, outro pensa por ele, não ele mesmo. E assim vive a sua vida e morre, sem nunca ter pensado por si mesmo”.

Precisamos despertar o Centro Intelectual, ou seja, as partes emocional e intelectual deste Centro. Isso significa pensar por si mesmo.

SOMENTE POR MEIO DE “UMA NOVA MANEIRA DE PENSAR”, O QUE AGORA JÁ PODEMOS DEFINIR COMO “PENSAR POR SI MESMO”, PODEMOS MUDAR HÁBITOS PROFUNDAMENTE ARRAIGADOS EM NOSSA VIDA.

Aqui deparamos com o maior de todos os obstáculos a ser vencido:

O CULTO ETERNO E DEVOCIONAL ÀS NOSSAS OPINIÕES PRÉ-CONCEBIDAS.

Temos um sem número de argumentos à nossa disposição para justificar opiniões. Por isso a nossa vida é um ciclo repetitivo de atos e omissões. É como se fôssemos protagonistas de uma peça representada todos os dias, da mesma forma.

O QUE MUDA É O PÚBLICO, NÓS NÃO MUDAMOS, NUNCA.

Tudo se repete anos e anos da mesma forma, porque servimos aos mesmos interesses.

Nesse trecho de seus estudos e reflexões, o Dr Nicoll, demonstra uma humildade sem paralelos, quando nos diz que: “Tinha a firme convicção, que para mudar alguma coisa em si mesmo era necessário mudar hábitos e comportamentos, pois não havia até aquele momento compreendido que, para realmente mudar alguma coisa, devemos pensar de uma maneira diferente, ou seja, começar pela mente”. Completo dizendo que, segundo os ensinamentos da ESCOLA, a transformação do homem tem início com “Uma nova maneira de pensar”.

QUALQUER POSSIBILIDADE DE TRANSFORMAÇÃO TEM COMO BASE NOVAS ATITUDES.

Estas só se tornam possíveis por meio de Atitudes Mentais Corretas, ou seja, aquelas que nascem de Pensamentos Corretos.

Uma atitude envolve no mínimo três Centros: Intelectual, Emocional, Instintivo, Motor e até Sexual. O Centro Sexual responde quando solicitado pelo Emocional e Intelectual, ou vice-versa. Quando a solicitação não é compreendida e conectada de forma correta, “o homem pensa com a cabeça errada”, como se diz numa conversa descontraída de mesa de bar.

O Dr. Nicoll nos convida a praticar a Observação de Si Mesmo, para que possamos ver como tudo se repete da mesma forma, com pequenas variações de circunstâncias, tempo e lugar, mas sempre da mesma maneira. E nos pergunta se desejamos continuar assim: “Como papagaios presos pelo pé em um poleiro”. São nossos hábitos mentais, emocionais e físicos que nos condicionam a esse comportamento.

É PRECISO PENSAR DE UMA MANEIRA DIFERENTE, E PARA ISSO TEMOS QUE TER NOVAS IDÉIAS, UMA LINGUAGEM DIFERENTE, QUE NOS POSSIBILITE TOMAR ATITUDES DIFERENTES.

 

São os hábitos que condicionam nossas respostas.

PRECISAMOS DE NOVOS SIGNIFICADOS PARA ANTIGAS PRÁTICAS.

Não basta trocar o rótulo, é preciso mudar o conteúdo.

PRECISAMOS URGENTE DE UMA NOVA MANEIRA DE PENSAR.

Que assim seja!

089 – A imaginação

In Artigos on 30 de julho de 2011 at 17:38

A imaginação é o cárcere que nos mantém adormecidos, acorrentados e submissos, além de identificados e prisioneiros de nós mesmos. Sem dúvida, posso lhe dizer que, se existe realmente um demônio, com certeza, o seu habitat é o ‘eu imaginário do homem’.

A imaginação sempre nos condiciona ao seu círculo de ação. Sempre estamos dando voltas contínuas ao redor do mesmo círculo, sem sair do lugar, e não vemos isso. Este é um dos significados de ‘não podemos fazer absolutamente nada’, pois o nosso fazer está limitado a repetições, contínuas e subseqüentes. Repetimos exatamente, com pequenas variações, aquilo que os outros ‘fazem’, ou seja, somos seres repetitivos, acompanhamos modelos pré-estabelecidos, portanto, não temos ainda autenticidade.

A imaginação à qual nos referimos é uma atividade completamente descontrolada da mente, e por meio dela criamos nosso universo particular de falsos valores, nos mantemos prisioneiros dele e o usamos em nosso modo de pensar e ver as coisas.

A IMAGINAÇÃO É UMA FUGA MENTAL. É MAIS FÁCIL IMAGINAR ALGO DO QUE REALIZAR.

Realizar exige esforço e a imaginação é extremamente preguiçosa. Vivemos num mundo imaginário, nada à nossa volta é real. A imaginação é de tal modo mecânica e tão contraditória, que nada podemos fazer contra ela.

A imaginação começou a tomar conta da nossa mente quando ainda éramos crianças. Através da imitação do comportamento das pessoas e das coisas à nossa volta, fomos gradualmente sendo dominados por ela. Aos poucos nos tornamos identificados através da família, da cultura e da civilização.

TODA EMOÇÃO BASEADA NA IDENTIFICAÇÃO É IMAGINAÇÃO, OU SEJA, A IDENTIFICAÇÃO É O ALICERCE DA IMAGINAÇÃO.

A única arma que temos contra o poder sem limites da imaginação é a Observação de Si Mesmo. No momento em que voltamos nossa atenção para a nós mesmos, a imaginação cessa. Mas, no minuto seguinte, ela se recompõe e volta a exercer o seu domínio. A Observação de Si Mesmo é uma forma de atenção direcionada, que age como se fosse uma Luz, e a imaginação é como um processo que só se desenvolve na Escuridão, e se detém na presença da Luz.

A imaginação é o único processo, do qual tenho conhecimento, que se desenvolve sem a presença da Segunda Força, ou seja, a Força Passiva, ou de resistência. Sendo assim ela passa rapidamente à Força Neutralizante, tornando-se a Força Ativa da próxima Tríade.

POR ISSO TUDO É INCRIVELMENTE FÁCIL NO MUNDO DA IMAGINAÇÃO.

Está conseguindo ver porque o universo das drogas exerce tanto domínio sobre a mente humana? Ela injeta substâncias que ativam a imaginação a um grau elevado, assim o corpo recebe nutrientes jamais vistos além do tempo do seu intercurso, depois resta um vazio imenso, que necessita ser preenchido de novo. É um caos em vida, imensamente difícil de ser recuperado, pois deixa vestígios profundos na mente e no corpo.

Tudo é incrivelmente fácil no mundo da imaginação. Imaginamos poderes inexistentes, amores impossíveis, e tudo mais quanto possa alimentá-la e fazê-la realizada e feliz. Imaginar é fácil e atraente, pois não exige nenhum esforço da nossa parte.

É A FORMA MAIS PROFUNDA DE SONO, DENTRE TODAS AQUELAS QUE CONHEÇO; É UMA DOENÇA, UMA DEBILIDADE FÍSICA E PSICOLÓGICA.

Existe um sem número de fantasias que usam a imaginação para expressar-se, determinando um efeito hipnótico de longo alcance sobre as massas, tornando o seu comportamento totalmente condicionado e debilitando-as de uma forma extraordinária.

TODOS NÓS AGIMOS DA MESMA MANEIRA, APESAR DE NÃO VERMOS ISSO. AGIR, NESTE CASO, SIGNIFICA TER OS MESMOS INTERESSES E NECESSIDADES.

Todo o nosso histórico como civilização é apenas imaginação, pois não temos nenhum fato concreto sobre nenhum desses fatos históricos.

CONSTANTEMENTE UM FATO É TROCADO POR OUTRO, POIS JÁ NÃO CONDIZ COM OS PENSAMENTOS ATUAIS.

A grande maioria das teorias que temos a respeito de nós mesmos e do nosso processo evolutivo está a serviço da imaginação. Nos tomamos a nós mesmos como imaginamos ser. Ainda não somos reais.

É ESSA ENTIDADE CRIADA POR NÓS, À QUAL CHAMAMOS ‘EU’, QUE NECESSITA DA IMAGINAÇÃO PARA SE AUTO-SUSTENTAR.

É a imaginação que ao nos dominar faz-nos perder o contato com o mundo real e concreto. Portanto, estamos sempre, a todo instante, necessitando de novos estímulos para sobreviver. Recentemente, encontrei no Messenger uma mensagem que dizia: “Não há como negar. Falta alguma coisa. E o pior de tudo é que nem ao menos sei o que é”. Quando a imaginação passa a governar o nosso mundo, todas as coisas à nossa volta, exceto aquelas que a alimentam, perdem o significado. Então sentimos que ‘algo nos falta’.

ESTE É UM DOS SIGNIFICADOS DE ESTARMOS ADORMECIDOS: ‘ALGO NOS FALTA.

Quando dois seres celebram união e se entregam mutuamente em casamento, é preciso que saibamos que cada um se completa com a imaginação que traz do outro. O professor Jung vai ainda mais longe e nos diz que não são dois, mas sim quatro, porque a mulher leva consigo o seu animus, ou seja, toda a imaginação que foi herdada, desde o seu período intra-uterino, e o homem leva também a sua anima, ou seja, a sua contraparte feminina.

POR ISSO TORNA-SE TÃO DIFÍCIL ENCONTRAR RELACIONAMENTOS SUSTENTÁVEIS.

Não existe nada morto na natureza humana, portanto, a imaginação é uma entidade viva, como um pensamento, um pássaro ou uma flor. Portanto, extrai uma quantidade imensa de nossa energia psíquica em proveito próprio, tornando-se assim cada dia mais forte e absoluta.

A IMAGINAÇÃO ESTÁ CADA DIA MAIS FORTE, ENQUANTO NÓS ESTAMOS NOS TORNANDO FRACOS E SUBMISSOS.

E o mais grave de tudo é que as religiões estão a seu serviço, quero dizer, estão alimentando o ‘eu imaginário do homem’. E não podem fazer nada contra isso, por um motivo bem simples: se o fizerem perdem os seus fiéis, e a reboque perdem os recursos financeiros que estes fiéis representam.

ETA MERCADO DANADO ESSE, HEIN? MINHA FALECIDA MÃE DIRIA QUE ‘A RELIGIÃO ESTÁ NUM MATO SEM CACHORRO.

Mas não há motivos para perder a esperança. Diz-nos a ESCOLA que um só homem desperto vale por um milhão de homens adormecidos. Aí é só pegar a maquininha de calcular e fazer a conta.

QUANDO A IMAGINAÇÃO TOMA CONTA DO NOSSO MUNDO, DEIXAMOS DE VIVER COMO INDIVIDUALIDADES HUMANAS, PASSANDO A EXISTIR DE FORMA INSTINTIVA, NUM UNIVERSO COLETIVO.

Por isso que a quebra de continuidade em nosso mundo imaginário, por meio de algum revés ou infortúnio, pode trazer traumas profundos e irreversíveis à nossa vida. É grande o número daqueles que não encontrando mais apoio no mundo da imaginação, não aguentam o choque direto com a realidade, sendo assim levados ao suicídio.

O QUE LEVA UM HOMEM A TIRAR SUA PRÓPRIA VIDA NÃO É A COVARDIA, MAS SIM, O DESESPERO.

Preste muita atenção a estas palavras de OUSPENSKI:

“Existe em nós um lugar pleno de significado. É preciso nos abrir às possibilidades de encontrar este lugar. Não temos necessidade de ninguém para nos mostrar o caminho. Nenhum mestre, nenhuma crença, nada. O mestre verdadeiro, a crença verdadeira, encontramos, quando alcançamos este lugar. Se nos pusermos a caminhar com o firme propósito de chegar, o mestre aparece. Por mais que nos imaginemos sós, temos uma legião imensa de ‘Verdadeiros Eus’ que só esperam um sinal nosso para DESPERTAR”.

Além da imaginação, existe em cada um de nós um ‘Eu Real’ que, pacientemente, espera por nós. Não é necessário nos apressarmos, basta ver. Quando vemos, toda a ansiedade e busca tende a aquietar, então os nossos sonhos começam a ruir.

É AÍ QUE TEM INÍCIO O SONHO DE DEUS.

Que assim seja!

088 – Viva e deixe viver

In Artigos on 29 de julho de 2011 at 19:24

Antes de iniciar propriamente o texto, quero dizer que todas as imagens adicionadas aqui são de Espécies em Extinção.

Sem a Lembrança de Si Mesmo torna-se praticamente impossível ver e sentir a dor dos ursos, nossos irmãos que estão se despedindo de nós PARA SEMPRE.

Quando pensei em traduzir em palavras a idéia do “Tratado do Lobo e o Cordeiro” senti-me tão insignificante e fraco diante dela, que relutei durante anos antes de iniciá-lo. Estava sensivelmente fragilizado para sequer começar e, além disso não tinha a menor idéia de qual seria o fim da trilha. Aquilo me deixava consternado.

ONDE ESTÁ O FINAL DE UMA COISA QUE AINDA NÃO COMEÇOU?

Mas, infelizmente, nossa ansiedade, hábitos e desejos insatisfeitos não nos deixa ver como é belo caminhar e não percebemos  o valor de um mundo que está morrendo bem debaixo dos nossos olhos.

Ao folhear as páginas de um velho livro reencontro um texto de Dainin Katagiri: “Sabe, se você caminha no deserto e não consegue ver o fim do caminho, não é necessário ficar irritado. Se não vemos o fim do caminho, ou se não sabemos o que fazer em seguida, ou se o nosso objetivo está muito distante de nós, ficamos perturbados, mas não há necessidade disso”.

Isso me faz lembrar algumas palavras ditas pelo meu filho: “Pai, o mal maior não é o câncer nem a aids, mas sim a ansiedade que toma conta de nossa mente e coração(art. 023). Belas palavras do meu pequeno mestre. Somos assim mesmo; somos impacientes. Temos planos, projetos, e frustrações, quando damos com ‘os burros n’água’.

Então comecei a escrever o Tratado, depois de vários dias naquele hotel de subúrbio, não obstante os parcos conhecimentos que possuo. Passei muitos anos ‘a buscar o milagroso’, houve dedicação e estudos eu sei, mas escrever algo de tamanha envergadura está muito além dos limites do meu conhecimento linear. Mais uma vez o medo salta bruscamente à minha frente, como um fantasma horrendo e monstruoso. Diante de tantas dificuldades, vejo-me mais uma vez relendo os escritos do Monge: “Não tenha medo. O que precisamos saber é se a prática é autêntica ou não. Isso é o que realmente importa”.

Compreendo serem inevitáveis certas comparações, fomos condicionados ao longo dos anos a pensar assim. Mas se compararmos nossas ações inconseqüentes com as necessidades reais do mundo que nos rodeia, podemos constatar quanto somos omissos. Estamos “amando” demais o Deus da Nossa Imaginação” e estamos esquecendo lindas criaturinhas que precisam de nós para poder sobreviver. Estamos prestes a jogar TRILHÕES DE DÓLARES NO MERCADO DAS ILUSÕES PARA AUMENTAR O CONSUMO E A EXTINÇÃO, enquanto bastariam alguns milhares apenas para salvar o PANDINHA.

TRATA-SE DE UM COMPORTAMENTO PRÉ-ESTABELECIDO, COMO SE TIVÉSSEMOS NOSSO DESTINO FIXADO POR DOUTRINAS E VALORES DE OUTRAS PESSOAS.

Meus pais, por exemplo, me ensinaram que devia ter fé em Deus, mas preferi seguir a ‘Doutrina da compreensão’, e foi por meio dela que alcancei a fé. Hoje a minha fé apenas agradece. Passo horas e horas agradecendo. Cada atitude, cada emoção, cada pensamento é gratidão, um sincero ‘muito obrigado por tudo e por todas as coisas’. Tenho a imensa alegria de poder dizer:

VI COM OS MEUS PRÓPRIOS OLHOS A GRANDEZA DOS ENSINAMENTOS E CONVIVI COM A HUMILDADE DOS MESTRES.

Tive a graça de Deus de poder beber dos seus ensinamentos antes que tomassem a forma de doutrinas, ideologias e religiões. Preste atenção ao que nos diz Katagiri, este belo Monge Budista: “O que importa é se você PODE ter fé em Deus. Se a resposta for sim, então vá orar”. É uma prática simples, muito simples. Simples e bela como a ARARA AZUL, QUE TAMBÉM ESTÁ SE DESPEDINDO DE NÓS.

Existem dois pontos que podemos observar: um deles é orar,

E O OUTRO É O ESTADO DE ORAÇÃO, É QUANDO A ALMA VIVE E DEIXA VIVER.

Esse Estado de Oração deve ser mantido durante todo o dia, onde quer que você esteja. Então o Senhor estará ali, bem juntinho de você. Mas, pense comigo: é possível manter esse Estado de Oração sem a Lembrança de Si Mesmo? É possível manter esse Estado de Oração, quando estamos completamente identificados com as coisas corriqueiras do dia a dia? Quando nos identificamos esquecemos de nós mesmos, o que passa a existir é o objeto da nossa identificação. Então, a imaginação toma o lugar que por direito é nosso. Esse maldito estado imaginário que tomou o lugar do EU REAL não permite ver o adeus nos olhos tristes do MICO-LEÃO-DOURADO. 

E O ESTADO DE ORAÇÃO TORNA-SE UMA IMPOSSIBILIDADE, PORQUE DEUS NÃO PERTENCE AO IMAGINÁRIO, ELE É REAL E HABITA NOSSO CORPO, MENTE E CORAÇÃO.

Está conseguindo ver ao longo das insertações como é linda a visão do universo cristão, quando sob os olhos de um Monge Budista. Katagiri é simples como simples é o orvalho e a flor, por isso se entendem e se completam.

Katagiri é doce como a brisa leve do vento, respira alma dos pássaros e das flores, mas chora diante das incertezas de um mundo hostil, onde a gratidão e a benevolência cedeu lugar à insensatez e ao desperdício.

ELE FALA COM A ALMA E O CORAÇÃO, ENQUANTO NÓS PREGAMOS A PALAVRA.

E enquanto gritamos Glória e Aleluia nos templos auto-sugestivos de nossas crenças inúteis, o mundo agoniza à nossa volta sem que nada façamos para mudar esse quadro.

Veja que belas palavras de Katagiri: “Embora eu lhe diga constantemente que você já é uma pessoa iluminada, você não acredita em mim, mas a verdade é essa. Você já é iluminado. O que precisamos fazer é praticar, só isso”. A prática é libertação e a única coisa que precisamos fazer é despertar.

MAS SEM A LEMBRANÇA DE SI MESMO, OU SEJA, A LEMBRANÇA DE ‘EU JÁ SOU ILUMINADO’, TORNA-SE DIFÍCIL.

UM HOMEM ADORMECIDO É AQUELE QUE ESQUECEU A SUA VERDADEIRA ORIGEM E PROPÓSITO.

O verdadeiro propósito da vida humana é evoluir e preservar: a primeira tornou-se um projeto imaginário e a segunda nós nos esquecemos dela.

A iluminação surge primeiro, e ela significa, simplesmente, estar presente. Se você quer ser verdadeiramente o que quer ser, esteja presente”. Isso significa ‘estar desperto’, poder dizer: EU ESTOU AQUI. Muitas religiões usam apenas conceitos, mas o Verdadeiro Conhecimento consiste em concentrar-se no processo. O processo é a dinâmica do seu ser. É você. Somos nós como um todo.

ESTAMOS QUASE SEMPRE PRESOS A IDÉIAS, BUSCANDO CONCRETIZAR ALGO, E ISSO NOS TORNA ANSIOSOS. QUEREMOS SEMPRE AQUILO QUE NOS FALTA, E NOS TORNAMOS INGRATOS E MAL-AGRADECIDOS.

É natural pensarmos que outro caminho seria melhor. E assim nós o escolhemos e usamos. Mas quando olhamos e não vemos o fim, nos tornamos ansiosos, e recomeçamos sempre, outra vez.

“Ainda que acreditemos que estamos caminhando de maneira estável, não estamos. Se vamos caminhar, precisamos fazê-lo com firmeza, não importa o que aconteça. Caminhar com firmeza significa apenas caminhar”. Essas palavras de Katagiri são máximas de grande beleza interior. Muitas vezes, vamos sentir cansaço, outras vezes medo, angústia, solidão. Vamos encontrar felicidade, risos e abraços festivos, tudo faz parte do caminho. O importante é não se identificar com nenhuma delas.

 “QUANDO TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS ESTÃO EM COMPLETA PAZ, APENAS O CENTRO DE NÓS MESMOS FLORESCE”.

Deixei para colocar o LOBO como o último da lista da extinção das espécies, por uma simples razão:

DEPOIS DELE, O ÚLTIMO A SAIR, POR FAVOR, APAGUE A LUZ.

Que assim seja!

087 – O refúgio

In Artigos on 28 de julho de 2011 at 21:00

O refúgio representa a obediência, não como disciplina ou imposição, mas sim como uma espécie de devoção plena e consciente que harmoniza mente e corpo. Aparentemente corpo e mente parecem ser entidades diferenciadas, mas a relação entre eles é íntima. Se nosso estado emocional nos deixa intranqüilos ou nervosos, o estômago pode responder com indisposição, falta de apetite, ou ainda com estados letárgicos, aonde venha a faltar energia para as atividades do dia a dia. Corpo e mente estão separados apenas de forma aparente, pois atuam em estrita comunhão.

Todas as idéias sugeridas aqui jamais poderão tomar forma de um código moral que alguém ou alguma coisa exterior nos induza a seguir. Uma nova maneira de pensar é a essência de sua própria natureza, o Espírito do Universo. Quer o conheçamos ou não; quer gostemos ou não dele, o Espírito do Universo é inerente a nós, portanto, está ao nosso alcance compreender a espiritualidade e possibilidades de evolução. É facultado a nós independente de raça ou crença, aprender à cerca da profundidade da existência humana. É nosso dever como seres humanos em evolução despertar a consciência para a unidade deste espírito, que se faz presente em todas as épocas e lugares. O espírito nos instrui para criar e desenvolver a cultura, construindo um mundo de possibilidades mais humanas, sejam quais forem as circunstâncias, em qualquer época.

Diria que aquilo que chamamos “O refúgio” é a própria base dos preceitos, o primeiro passo para ingressar no universo ou caminho do conhecimento. Para isso não é necessário que nos isolemos em mosteiros, nem abandonemos os nossos afazeres diários. Não precisamos renunciar ao mundo no qual vivemos para meditar em regiões ermas, porque o nosso estado atual é considerado na ESCOLA como o melhor que podemos “fazer” agora.

O refúgio está dividido em três partes, por isso vamos chamá-lo como o fazem nas doutrinas orientais: O TESOURO TRIPLO.

1  –  O primeiro deles é a ESCOLA, que é o universo de nossas ações, propósitos e esperanças;

2  –  O segundo é formado por todos aqueles que a integram em espírito e em verdade, amor, identidade e comunhão, quer estejam fisicamente presentes ou não. É a nossa relação direta com os demais que nos faz compreender nossas limitações e respeitar os horizontes do outro;

3  –  O terceiro é o Verdadeiro Conhecimento. Promovendo dedicação, preservação e respeito à dignidade daqueles que os legaram a nós. Protegendo e valorizando o seu conteúdo; sendo fiéis aos seus propósitos, determinações e metas.

Ao prosseguirmos o caminho como os “Buscadores da Verdade” devemos ter sempre em mente este tríplice tesouro, quer o aceitemos ou não, pois é básico para que possamos vir a compreender o seu real significado.

Do seu interesse e atenção dispensados a estas páginas poderá nascer ou não “Uma nova maneira de pensar”. Tudo é relativo, aqui não existem doutrinas absolutas e radicais; tudo deve ser assimilado e compreendido de forma natural, simples e autêntica.

O Lobo e o Cordeiro é um ensinamento de incontáveis vidas, durante um vasto período de tempo. O meu papel aqui é apenas o de transformar numa linguagem mais simples e acessível um ensinamento de conteúdo polêmico e extremamente complexo, além de difícil assimilação.

Àqueles que estão mantendo contato com o nosso trabalho pela primeira vez, gostaria de dizer que somos irmãos de todos os seres sencientes da Terra, portanto, independente de crenças, credos, dogmas ou seitas abraçamos a todos com carinho, lealdade, respeito e gratidão. Somos críticos até em exagero, reconheço, mas com o intuito de “cutucar a onça com vara curta” para ver se desperta para o verdadeiro sentido de Adoração e Culto. Jamais tivemos nenhum propósito de semear discórdias ou separações no seio das comunidades, até porque não apresentamos aqui nenhuma alternativa religiosa, apenas possibilidades de reflexão dentro dos núcleos onde hoje congregam.

Vamos então projetar o Tesouro Triplo do Conhecimento Budista para uma linguagem de ESCOLA, prática e objetiva.

1  –  A verdadeira ESCOLA é o nosso lar. Fonte sublime de todo verdadeiro aprendizado: amor, aconchego, união, respeito, dedicação, entrega, busca mútua de objetivos reais, sobrevivência, propósito e esperanças.

O LAR É O REFÚGIO DE SUA ALMA; O TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO DE DEUS.

Você, esposa e filhos são as Três Forças (art. 003) e o que chamamos Família é a união destas Três Forças, simbolizando apenas uma. Significa que Família constituída pelo amor, fraternidade, comunhão, perdão e temor a Deus é um termo que “por leis superiores” não pertence ao nosso universo de três dimensões. A Família é a Força Ativa da quarta dimensão. Por isso as sábias palavras do Senhor Jesus: “Não separe o homem aquilo que Deus uniu”. O homem não pode separar segundo as suas leis aquilo que por propósito divino está uma dimensão além das suas possibilidades. Por isso citamos tantas e tantas vezes que “o homem não pode fazer”, pois o verdadeiro fazer está numa dimensão superior à nossa. Além das “Linhas Paralelas” não podemos dar um passo sequer: arrogância, vaidade, méritos, submissão, orgulho e auto-importância não cruzam os limites reais desta Alfândega Divina.

2  –  O segundo tópico Budista nos fala, quando traduzido para o conhecimento de ESCOLA, sobre a relação social e humana num contexto de família. O Verdadeiro Conhecimento está aqui para ser vivido na prática do dia a dia: nas relações de amor e compreensão; procurando administrar momentos bons e ruins; sabendo aceitar limitações; reconhecendo critérios e imposições; aprendendo a usar de forma consensual a liberdade; respeitando e valorizando as escolhas do outro; interagindo com a sociedade; humanizando nossas ações com atitudes honestas e verdadeiras.

É NO LAR QUE APRENDEMOS COM OS FILHOS A VERDADEIRA ARTE DE VIVER EM HARMONIA.

3  –  Respeito e culto ao Verdadeiro Conhecimento. Aqui nos referimos aos valores herdados de nossos pais e antepassados, bem como a todo aprendizado através dos padres, monges, pastores, ou diretamente através do silêncio e da meditação. É esse respeito às tradições que nos foram legadas que darão suporte e servirão de exemplo para os nossos filhos.

Como acabamos de ver, Buda, Sangha e o Darma, ou os três fatores básicos de uma ESCOLA, são formas práticas de convivência e sabedoria para nossa vida diária.

Entenda:

DEUS NÃO ADMITE DIVISÃO ENTRE DOMINAÇÃO X SUBMISSÃO. QUALQUER DIVISÃO DESSA ESPÉCIE É ORIGINÁRIA DO HOMEM.

Amor é amor em qualquer parte do mundo. Não precisamos falar várias línguas para dizer ao outro “eu te amo”, basta demonstrar isso. É simples assim.

Quando buscamos o refúgio, não precisamos nos isolar do contexto no qual vivemos, ou fugir dos outros para encontrar a si mesmo em silêncio e meditação. O espírito de Deus, a Essência do Universo, é a inter-relação de todas as coisas, portanto, está acima da especulação e dos desejos pessoais.

Quando compreendermos verdadeiramente isso com todo o nosso ser, e ainda tantas outras coisas mais, seremos em verdade seres integrais, completos, ou seja, aqueles que mantiveram indenes por toda uma vida o Lobo e o Cordeiro que foram confiados à sua guarda.

Que assim seja!

086 – As impressões

In Artigos on 27 de julho de 2011 at 22:23

O tema impressões merece destaque entre os mais importantes do Tratado. Normalmente não lhe damos a devida atenção por dois motivos: por não conhecermos o seu significado e valor e, em virtude de estarmos adormecidos, não termos possibilidade de um contato mais abrangente com o seu conteúdo.

Vamos destacar que as impressões são formas de energia psíquica que ao adentrar em nosso organismo têm a capacidade real de renovação de valores substanciais, sendo, assim, o nosso principal alimento, o mais fino e substancial, representando mais de 60% das necessidades de sobrevivência do corpo físico. Da capacidade de absorvê-las e transformá-las dependerá a nossa qualidade de vida. Podemos sobreviver sem comida e água até por vários dias, sem ar por alguns poucos minutos, mas sem impressões não sobreviveríamos nem por um segundo.

As impressões penetram no corpo físico pelo ‘andar superior’ como H48: são as impressões rotineiras, tanto internas quanto externas. São as impressões do estado ordinário de consciência em que vivemos, portanto quase não as percebemos. Mas certa quantidade delas se modifica o que nos possibilita um mínimo de consciência necessário às atividades físicas e intelectuais, mas a grande maioria permanece inalterada.

DIGAMOS QUE UMA IMPRESSÃO É A MENOR UNIDADE DE PENSAMENTO, SENSAÇÃO OU EMOÇÃO.

É preciso compreender que toda forma de energia que recebemos é alimento. Por exemplo: a comida que ingerimos é alimento, da mesma forma que o ar também é alimento, digamos um alimento mais refinado com qualidades diferenciadas. As impressões, entretanto, são os alimentos mais finos e substanciais, é um tipo de matéria que ultrapassa a forma puramente conceitual de substância. As impressões normais do dia a dia necessárias à sobrevivência não necessitam de nenhum estado desperto de consciência, somente quando intencionamos ter acesso a melhores impressões faz-se necessário ‘o despertar’.

Todas as impressões são classificadas pela qualidade dos seus ‘Hidrogênios’. Quando falamos em impressões 48 (neste caso particular H48) estamos nos referindo àquelas tradicionalmente usadas em nosso estado normal de consciência, mas existem outras mais elevadas e também aquelas mais grosseiras. Quando estamos sujeitos a determinadas influências, que acabam determinando estados emocionais, junto delas recebemos impressões que podem ser úteis, se tais estados forem louváveis e aceitos com regularidade, ou serem ruins, se estivermos sob o domínio das emoções negativas.

Se estivermos num estado letárgico e auto sugestivo a que chamamos ‘estar adormecidos’, as melhores impressões que possam advir não produzirão efeito algum, além daquele que normalmente nos acostumamos a aceitar como normal. Com referência à qualidade dos Hidrogênios podemos dizer que algumas impressões excessivamente grosseiras podem se originar dos planos inferiores da existência, sendo depressivas e até suicidas. Enquanto que, se tivermos desenvolvido em nós mesmos certo estado de consciência podemos nos abrir, por exemplo, às impressões H24 ou H12, que são alimentos vivos e repletos de vibrações. Repetimos que a nossa qualidade de vida depende disso. Quando nos sentimos irritados e, consequentemente, sob o domínio de determinadas energias oriundas das partes baixas do centro emocional, temos por hábito dizer que são energias emergentes dos planos inferiores da existência, mas podemos transmutá-las em impressões melhores e mais saudáveis, se estivermos atentos e despertos. Repetimos que as impressões dão entrada no andar superior da nossa fábrica de alimentos como H48 e podem permanecer assim ou serem transformadas em nutrientes mais saudáveis, ou ainda deterioradas e subutilizadas.

Por isso, batemos constantemente na tecla da necessidade de Observação de Si Mesmo, porque possibilita, depois de algum tempo de prática, detectar a entrada de determinadas impressões ruins e impedir o seu avanço rotineiro e fatalista. Quase sempre essas impressões chegam da mesma forma, como se usassem a mesma roupa e tivessem o mesmo modo de andar, o mesmo sabor, sempre. São na sua grande maioria hábitos arraigados e respostas emocionais condicionadas e subjetivas, mas se estivermos mais despertos podemos nos abrir às impressões H24, que são alimentos mais rarefeitos e repletos de vibrações menos densas e de melhor freqüência. Podemos conceituar que tudo aquilo que causa irritação e exerce domínio sobre o Centro Emocional são impressões cativas nos planos inferiores da existência, mantendo-nos reativos às pessoas e direcionando com grosseria e até de forma violenta nosso comportamento em relação àqueles que nos rodeiam.

ESSAS IMPRESSÕES NÃO SÃO POR SI MESMAS BOAS OU RUINS, ISSO VAI DEPENDER DA QUALIDADE DO APARELHO PERCEPTIVO DE CADA UM.

E NÃO SE ESQUEÇA QUE ATITUDES SÃO RESPOSTAS, PORTANTO, SÃO IMPRESSÕES.

TAMBÉM NÃO SE ESQUEÇA QUE AS IMPRESSÕES SÃO AUTO-REFLEXIVAS, PORTANTO, INTERAGEM COM O MEIO ONDE COEXISTEM.

Em alguns textos anteriores nos referimos à seguinte colocação: O SEU SER ATRAI A SUA VIDA. Isso acontece em virtude das impressões. Hidrogênios mais ricos e mais nobres têm propriedades magnéticas diferenciadas, portanto atraem outros hidrogênios enriquecidos. Podemos aperfeiçoar de uma forma limitada a qualidade dos alimentos, mas não podemos alterar de forma significativa a qualidade do ar que respiramos. Outrossim, podemos melhorar muito a qualidade, ou melhor dizendo, o modo como recebemos e transmutamos as impressões. Apesar de ainda não compreendermos isso…

…ESSA É A NOSSA POSSIBILIDADE REAL DE EVOLUÇÃO.

Hoje, tal como somos agora, não temos nenhum tipo de possibilidade ou controle sobre as impressões entrantes. Elas chegam e simplesmente nos dominam, mas podemos desenvolver um certo tipo de controle que permita fazer alguma distinção e escolha. É aqui que se faz extremamente necessária a Observação de Si mesmo. Ela é o primeiro passo que possibilita observar as impressões entrantes e, ainda de uma forma bastante primitiva, exercitar o controle e escolha sobre elas. Continuarão surgindo da mesma forma, mas não terão a mesma facilidade de acesso e domínio que têm agora. Tudo tem início com a Observação de Si mesmo.

NOSSO PRIMEIRO CONTATO CONSCIENTE COM AS IMPRESSÕES É ATRAVÉS DA OBSERVAÇÃO DE SI MESMO.

Procure prestar atenção àquilo que mais o atrai; ou àquilo que o atrai menos, ou repele. Algumas impressões tomam o rumo do Centro Intelectual, outras do Centro Emocional, ainda outras dos Centros Instintivo, Motor e Sexual.

TUDO PRECISA SER OBSERVADO, SEMPRE E CONTINUAMENTE.

Fazemos referência constante à necessidade do despertar, isso porque estando mais despertos podemos distinguir melhor um tipo de impressões de outro tipo.

ESTAR DESPERTO SIGNIFICA UM NÍVEL DE ATENÇÃO MAIS REFINADO, QUE NOS PERMITE ANTECIPAR ÀS IMPRESSÕES INDESEJÁVEIS, POSSIBILITANDO, ASSIM, O SEU POSSÍVEL ISOLAMENTO.

OU DE UMA FORMA MAIS CONCRETA, TRANSFORMÁ-LAS, POIS ISTO É PLENAMENTE POSSÍVEL.

Podemos nos afastar das impressões indesejáveis e ainda atrair em nossa direção outras de melhor qualidade. Quando fazemos referência a ‘Sacrificar o Sofrimento Inútil‘, estamos falando em abandonar determinados tipos de impressões que  formam o pano de fundo da nossa própria vida. É a identificação que lhes outorga tamanho poder.

Ainda se recorda que refletimos em páginas anteriores o fato de ainda não sermos seres individualizados, mas sim uma ‘legião de eus”’ conflitantes e contraditórios?

DIGAMOS QUE UM ‘EU’ É SABEDOR DA NECESSIDADE DE SE AFASTAR DAS IMPRESSÕES RUINS, MAS DEZ OUTROS ‘EUS’ GOSTAM OU ATÉ AMAM ESSAS MESMAS IMPRESSÕES, POR ISSO TORNA-SE TÃO DIFÍCIL O DESPERTAR.

Posso lhe confessar uma coisa? Foram necessários mais de trinta anos de estudos e observação intensa de si mesmo para que pudéssemos começar a entender o real significado do ‘despertar’. Portanto, não não se trata de um tema tão simples quanto possa parecer à primeira vista.

O DESPERTAR É A PRÁTICA, PRECISAMOS VIVÊ-LA INTENSAMENTE TODOS OS DIAS DE UMA FORMA SEMPRE RENOVADA.

Para que possamos exercer algum tipo de controle sobre as impressões entrantes precisamos despertar, pois se estivermos dormindo não teremos controle algum sobre coisa nenhuma.

Somos seres mecânicos, autômatos, portanto, nossas respostas estão condicionadas e submissas: que numa linguagem de ESCOLA significa ‘estar dormindo’. Assim, as impressões que dão entrada através dos sentidos fazem surgir imediatamente um pensamento associativo ou a imaginação, doutrinando as respostas ao nível das reações emocionais de natureza instintiva. Estas são as impressões entrantes que chamamos de H48, ou seja, impressões indiferentes, que no nível de consciência que temos agora não se desenvolvem mais a partir desse ponto.

Mas, se praticamos a Observação de Si Mesmo pode ser que em algum momento de extremo perigo ou lucidez, o que chamamos de H12 seja conduzido ao ponto de entrada das impressões. Então, todas as coisas à nossa volta tornam-se extraordinariamente novas, vivas e significativas. Este estado terá a duração de alguns segundos apenas, mas será o suficiente para nos esqueceremos jamais dele.

É ESTE UM DOS SIGNIFICADOS DE ‘LEMBRANÇA DE SI MESMO’, OU SEJA, UM ESTADO DE CONSCIÊNCIA, ONDE O CONTATO COM O MUNDO DIÁRIO DAS EMOÇÕES TORNA-SE COMPLETAMENTE DIFERENTE DAQUELE QUE VIVENCIAMOS HOJE.

Mas isso é ainda uma possibilidade remota para nós. É preciso em primeiro lugar Observar-se a Si Mesmo, esse é o primeiro passo para o despertar. Através da Observação de Si Mesmo surge a possibilidade de alcançar o Terceiro Estado de Consciência, conhecido como a Lembrança de Si Mesmo, a partir daí muitas sensações hoje não percebidas passam a despertar, sobretudo aquelas ligadas à própria vida e ao mundo que nos rodeia.

A PARTIR DAÍ PASSAMOS A TER A PERCEPÇÃO DE DIVERSAS INFLUÊNCIAS QUE ANTES NÃO NOS ERA POSSÍVEL, NASCENDO, ASSIM, A POSSIBILIDADE REMOTA DE ESCOLHA DENTRE ELAS.

Estar adormecido significa que não nos lembramos de nós mesmos, portanto, permanecemos vulneráveis a todo tipo de impressões: TANTO AS INFERIORES NA ESCALA DOS HIDROGÊNIOS, COMO AS SUPERIORES, SENDO QUE ESTAS ÚLTIMAS NEM SEQUER AS NOTAMOS.

Só mais um detalhe a acrescentar: PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO SÃO IMPRESSÕES. Estar aberto a ELAS, ou não, é uma questão de SER.       

Que assim seja!

085 – Ver além dos montes

In Artigos on 24 de julho de 2011 at 18:32

Todos os pensamentos, sentimentos e emoções que norteiam a vida são governados a partir de um ponto localizado na periferia de nosso Corpo Luminoso. E são mantidos como tais pela fixação desse ponto, através da identificação. A sua permanência exata no local  em que se encontra agora corresponde à quantidade e qualidade da energia com que o alimentamos diariamente. E também ao modo como a utilizamos, evitando ou não os desperdícios. Todo pensamento, sentimento e emoção pode ser gerador de energia ou uma fonte improdutiva de consumo artificial. As nossas atitudes podem ser auto-geradoras ou consumistas.

Todos nós temos ao inteiro dispor um gigantesco Conhecimento Silencioso, que podemos intuir. Primeiro, precisamos tomar conhecimento da existência desse ponto, ou Nível de Ser, e depois fazer com que ele se mova.

MOVÊ-LO É A SUPREMA ARTE DO HOMEM. TUDO MUDA, TUDO SE TRANSFORMA. NADA É COMO ANTES, NADA.

Lembrando que o movimento essencial desse ponto é ascendente, na vertical, com sentido de profundidade. Hoje, por exemplo, realizamos a todo instante esse movimento, mas na horizontal, como se deslizássemos sobre o eixo horizontal de uma cruz de carvalho.

PORTANTO, VEMOS SEMPRE AS MESMAS COISAS, ÀS VEZES POR UM ÂNGULO DIFERENTE, MAS CONTINUAM SENDO AS MESMAS.

Quando ascendemos pelo eixo vertical, o eixo do Ser, temos novas camadas a observar, nossa observação torna-se mais abrangente. Passamos, então, a ‘ver além dos montes’.

A percepção que temos do mundo depende da ascensão desse ponto na periferia do Corpo Luminoso. Lembramos que verticalidade nesse contexto é sinônimo de profundidade. Passamos a ter mais facilidade em locomovê-lo a partir do momento que abrimos mão de certas convicções profundamente arraigadas: racionalidade e senso comum. Lembramos ainda que somos um recipiente aberto a toda forma de conhecimento, quando permitimos ele pode nos conduzir a ‘uma nova maneira de pensar’.

ESTE CONHECIMENTO HOJE ADORMECIDO NORMALMENTE É CHAMADO DE ‘CONHECIMENTO SILENCIOSO‘.

Quando fazemos citação ao homem adormecido e o convidamos a despertar, estamos falando exatamente disso: Despertar o conhecimento que dorme no seu Ser. Todos nós, independente de raça ou crença, possuímos resquícios desse conhecimento, só não conseguimos um contato maior com ele devido às convicções e certezas arraigadas na mente.

O CONHECIMENTO SILENCIOSO É ABSTRATO, ESPIRITUAL.

Se o desejamos, ele não vem; se imploramos, ele não ouve; se corremos atrás dele, ele foge; se tentamos abraçá-lo, ele se transforma no mais completo vazio; se o agredimos, ele nos vira as costas, e se lhe fazemos oferendas, ele vai embora para sempre. Quando tentamos alcançá-lo em benefício próprio, ele foge para além dos montes. Nosso maior erro é querermos nos apoderar dele, como fazemos com as coisas comuns do dia a dia. Quanto mais o desejamos, mais distante ele fica de nós.

TODOS RENUNCIAMOS AO VERDADEIRO CONHECIMENTO, QUANDO NOS AGARRAMOS AO MUNDO DA RAZÃO.

A NOSSA FIRME CONVICÇÃO DE FAZER É EXATAMENTE AQUILO QUE IMPOSSIBILITA O FAZER.

A sensação clara que temos de saber tudo está diretamente relacionada à ansiedade e obstinação.

Quando o Nível de Ser de um homem sofre uma mudança real, ou seja, quando o ponto na periferia do Corpo Luminoso se move ao longo da vertical, tudo fica momentaneamente desconectado. Perdemos provisoriamente o sentido de continuidade, para, logo em seguida, sermos reconectados a uma fonte mais promissora de Luz e Poder.

O PROBLEMA MAIOR É O MEDO DO DESCONHECIDO. É ELE QUE IMPEDE MOVIMENTOS REAIS NA PERIFERIA DO CORPO LUMINOSO.

Este medo é mantido por algo que se chama: AUTO-IMPORTÂNCIA.

Antes de desenvolvermos a individualidade do ‘eu‘ tínhamos mais facilidade em movê-lo, mas depois que nos condicionamos a planejar e predizer as ações ficamos presos ao limitado mundo das possibilidades sugeridas, perdendo, assim, contato com um universo outro de possibilidades. Foi somente a partir do momento que nos entregamos ao ‘eu individual’, tornando-o cada vez mais forte, que perdemos a conexão com o Conhecimento Silencioso.

Somos entidades modernas, herdeiros do conhecimento e da tecnologia, mas tão alienados da Fonte Primordial do Ser que nossos atos expressam o desespero de uma época em atos cínicos de destruição, miséria e fome. Com esses laços reais rompidos, que antes nos uniam ao verdadeiro Ser, perdemos contato com a paz, a satisfação e a realização pessoal.

Precisamos travar uma verdadeira batalha interior, não uma batalha estúpida individual ou coletiva, em busca de posses materiais que alimentam o orgulho e a vaidade, mas uma luta contra a prepotência deste ‘eu individual‘, que nos separa do Verdadeiro Conhecimento.

Qualquer movimento desse ponto, por menor que seja, na ascendência vertical da periferia do Corpo Luminoso, significa distanciamento das preocupações rotineiras, que prendem a atenção a coisas triviais e sem sentido.

ESTAMOS PRESOS À MODERNIDADE QUE NOS IMPÕE TRAÇOS DE UM HOMICIDA EGOÍSTA, PREOCUPADOS APENAS COM IMAGEM E REPUTAÇÃO.

É A AUSÊNCIA DE ESPERANÇA E PAZ QUE NOS FAZ BUSCAR REFÚGIO NO ‘EU INDIVIDUAL‘.

Ver além dos montes significa destronar a imagem que alimentamos de nós mesmos. Quem a alimenta é a auto-importância e seus asseclas: poder, obstinação, orgulho, vaidade, realizações pessoais, reconhecimento, mérito, dentre uma infinidade de outros. Se quisermos ver realmente além dos montes, precisamos tirar da auto-importância esse imenso poder que lhe atribuímos. Existe uma qualidade inerente a auto-importância, que é sua natureza aparentemente independente e necessária à sobrevivência, e isso lhe concede o seu falso senso de valor.

SEREMOS VERDADEIRAMENTE IMPORTANTES, QUANDO DEDICARMOS AMOR, CARINHO E COMPREENSÃO A TODOS OS SERES SENCIENTES QUE ESTÃO À NOSSA VOLTA, SEM NECESSIDADE DE NENHUMA RESPOSTA AUTO-AFIRMATIVA.

Se um dia descobrir por si mesmo que não  é possível de uma forma estritamente racional planejar e decidir o curso dos seus atos, deixe, então, o espírito decidir por você.

Que assim seja!

084 – Ele está entre nós

In Artigos on 24 de julho de 2011 at 13:38

A Palestina era uma terra onde habitava uma variedade imensa de povos hostis, cujos interesses, além de diferentes, eram conflitantes. A paz, diante de tamanha distorção de valores, era uma possibilidade distante, aliás, sempre nos pareceu uma possibilidade isolada, apenas na imaginação fértil de alguns bem intencionados homens de valor. Naquelas terras interagiam vários idiomas e dialetos, tornando quase impossível a união em torno de objetivos e interesses conciliatórios.

As castas e povos pagãos se multiplicavam e os seus templos eram vistos por toda a região, seus rituais eram predominantes. Mas a classe culta, os eruditos da época, tais como os intelectuais da era da modernidade, eram senhores e detentores do poder, falavam o grego, e o antigo hebraico havia cedido lugar ao dialeto aramaico.

A Palestina, e especialmente as terras próximas, era sem dúvida, pagã, isso um pouco antes da chegada do Cordeiro. O próprio judaísmo representava um enorme problema para a época.

Dentro do contexto financeiro, os hebreus representavam a riqueza e mantinham forte influência sobre diversas nações, enquanto os judeus, por sua sempre presente influência financeira, detinham significativo poder nos bastidores da política.

ESTES JUDEUS PROMISSORES DAVAM VERDADEIRAS FORTUNAS PARA INCENTIVAR E DIVULGAR A FÉ JUDAICA, POIS A CONSIDERAVAM COMO UM INVESTIMENTO QUE LHES TRARIA GRANDES LUCROS E BENEFÍCIOS NO FUTURO.

Eram detentores de elevado grau de liberdade para a época, e detinham privilégios, que eram negados a todos aqueles que fossem nativos da sua terra e não aderissem de bom grado à sua . Era notoriamente conhecido por todos que o objetivo final era a aniquilação pura e simples de todos os gentios da Palestina.

Nos seus locais de reunião, havia uma separação de classes pré-determinada pela cultura dominante, que era estritamente observada:

AS MULHERES ERAM MANTIDAS DISTANTES, POR SEREM CONSIDERADAS SERES SEM ALMA.

Nenhum rabino se permitia conversar com uma mulher sobre assuntos religiosos e espirituais.

Tal como nos dias de hoje, o vício e as práticas degradantes haviam se espalhado entre as massas, com os padrões morais em franca decadência. O poder governante estava dividido entre a nobreza e o clero, tal como se divide hoje entre a burguesia política, a mídia e os cadafalsos da espiritualidade. Será que existe alguma diferencia substancial quando comparada aos dias de hoje? Também lá as massas eram oprimidas e mantidas no mundo da ignorância, mas acreditavam, segundo a sua tradição, na vinda de um Messias, e na possibilidade de se sublevarem pela presença de um grande líder.

O Lobo se infiltrara entre as massas, a nobreza e o clero, e observava toda a vastidão de terras da Palestina. Ele sabia que o Cordeiro já havia ultrapassado os limites do quinto Chakra e se aproximava cada vez mais de Belém, na Judéia.

Todo o povo de Israel esperava pelo Messias, que viam como um grande Guerreiro que os arrebataria do domínio e do sofrimento, estabelecendo a coesão e união do povo de Israel. Mas a casa de Davi, da qual viria o líder, há muito já havia passado para mãos estrangeiras.

O GRANDE MESTRE IRIA NASCER DE PAIS GENTIOS EM CUJAS VEIAS CORRIA SANGUE ARIANO E EM CUJA MENTE HAVIA ENSINAMENTOS DA FRATERNIDADE ESSÊNIA, BEM COMO OS MAIS SECRETOS ENSINAMENTOS DA GRANDE FRATERNIDADE BRANCA.

O próprio Cordeiro era chamado ‘o galileu’, sendo considerado pelo povo da Palestina como alguém que não era igual. É muito importante lembrar que os judeus ortodoxos consideravam os galileus não só como gentios, de diferentes raças e religião, mas também como inimigos dos seus interesses. Vemos, portanto, que os gentios que habitavam a Galiléia, inclusive os pais do Messias, eram de sangue ariano.

ERAM GENTIOS POR CLASSIFICAÇÃO RELIGIOSA NATURAL, MÍSTICOS PELO PENSAMENTO FILOSÓFICO E JUDEUS POR IMPOSIÇÃO.

Por imposição, todos os gentios da Galiléia foram forçados à circuncisão e a respeitar a Lei Mosaica. Os pais do Messias eram gentios e não falavam a língua judaica, e o dialeto Galileu era motivo de caçoadas para os judeus.

NÃO EXISTE NENHUM DOCUMENTO HISTÓRICO E TAMBÉM NENHUMA REFERÊNCIA PESSOAL DE QUE O CORDEIRO SEJA O MESSIAS DA CASA DE DAVI.

A citação nos Textos Sagrados foi uma tentativa dos seus seguidores de dar consistência à sua descendência, e foi feita muito tempo depois de sua vinda.

Podemos andar durante anos pelas terras da antiga Galileia; visitar mosteiros em busca de informações a respeito de seus documentos valiosos e secretos; buscar em todas as tradições e máximas, e não encontraremos nenhuma citação a uma cidade ou vila que se chamasse Nazaré. Mas encontramos várias citações a uma seita chamada de ‘Os Nazarenos’, conhecida como ‘Primitivos Cristãos’, ou seja ‘aqueles que eram essencialmente preparados para aceitar as doutrinas cristãs’. Os Nazarenos e Essênios tinham muita coisa em comum.

Autoridades da Igreja Católica Romana confirmam o erro de tradução feito por Douai, cuja tradução correta seria: Jesus, o Nazareno, e não Jesus de Nazaré. Segundo registros judaicos e católicos verifica-se que os Nazarenos constituíam uma seita de judeus que acreditava na vinda do Messias, que nasceria de forma singular e seria o Salvador de sua raça.

PORTANTO, JOSÉ, MARIA E O BEBÊ ERAM PERTENCENTES A UMA SEITA NÃO JUDAICA.

No nono mês Ana deu à luz um bebê, uma menina. Passado o tempo de praxe, Ana purificou-se e amamentou a criança, chamando-a MARIA, porque o sol estava em libra na hora do seu nascimento.

No seu primeiro aniversário ela foi aspergida com água pura e pétalas de rosas, e os Magos declararam que o seu nome oficial seria MARIA, a pomba de Hélios.

Ao completar doze anos, Maria deu sinais de fecundidade. Joaquim orou pedindo iluminação, pois não sabia se Maria devia ser dada em casamento ou residir no Templo.

Uma forma não física apareceu diante dele e falou: ‘Joaquim, vai e convoca os viúvos da fraternidade que têm um lar e faz com que cada um deles tome um bastão sagrado; Maria será entregue aos cuidados daquele a quem Deus escolher’. Havia dentre eles um, da Comunidade Essênia da Galileia, que se chamava José, que quando soube do aviso apressou-se a ir ao encontro dos demais.

Maria foi entregue aos cuidados de José, viúvo e carpinteiro, como a Virgem da Fraternidade.

O significado místico da concepção de Maria é uma referência aos Planos Superiores da Existência. Jesus foi concebido da mesma forma que os demais seres de sua espécie, seus irmãos tricerebrais da Terra, sendo que a única diferença reside no fato de Maria e José não praticarem o sexo identificados pelos prazeres da carne, como fazemos todos nós, ou seja, segundo a energia proveniente do Chakra Raiz. A sexualidade de Maria e José é Tântrica no mais alto grau de espiritualidade possível ao homem. Não é uma dádiva ao prazer, mas sim à Bem-Aventurança.

ELES TRANSMUTARAM ESSA ENERGIA DENSA E CATIVA NUMA FORMA DE VIBRAÇÕES SUPERIORES, E JESUS FOI GERADO NO CHAKRA DO CORAÇÃO.

Este é o conceito fundamental da concepção de Maria. Tanto Maria, quanto José eram seres elevados que haviam atingido a Consciência Objetiva.

MARIA É O SÍMBOLO MAIOR DO CENTRO EMOCIONAL SUPERIOR E JOSÉ DO CENTRO INTELECTUAL SUPERIOR.

A virgindade dos seres em nível elevado de conscientização, aqueles que se tornaram Consciência Objetiva aqui na Terra, não está condicionada ao rompimento do hímen, pois sua elevação cósmica transcende os limites do plano físico. A Anunciação do Anjo revela o alto grau de conscientização de Maria e a compreensão de José, além de sua entrega total a Maria e ao Menino, por si só faz dele um ser elevado na escala da evolução espiritual.

SER CONCEBIDA PELO ESPÍRITO SANTO SIGNIFICA: NÃO SE ENTREGAR AO PRAZER ORIUNDO DO CHAKRA RAIZ PELA MERA SATISFAÇÃO DOS DESEJOS DA CARNE.

Maria, desde o seu nascimento foi um exemplo vivo de evolução espiritual. O seu corpo aceitou José por ser ele o escolhido do Deus Altíssimo, para conduzi-la e à criança através do desconhecido (o deserto).

São palavras que nascem da Tinta Fogo Branca, do mais completo Vazio da Existência que é prenhe de significado pelas emanações que jorram do Altíssimo!

Durante séculos muitos são aqueles que se distanciam da Igreja em virtude de interpretações meramente literais. É preciso urgentemente rever os conceitos, buscar respostas na origem, não na linguagem dos templos. Deixo aqui uma pergunta:

PORQUÊ AS AUTORIDADES RELIGIOSAS NÃO REVELAM AO QUE ELES CHAMAM DE ‘O POVO DE DEUS’ A VIDA DE JESUS DOS 13 AOS 30 ANOS?

Jesus é um homem normal, sábio por força de propósito e conduta irrevogável. Detentor de todas as dores e miséria pelas quais todos nós passamos, com a diferença de nunca ter se identificado com elas. Um homem de conscientização elevada por força de sua busca incansável pelo Pai, mas não por ter poderes mágicos herdados do Alto. Salvador de todos aqueles que buscam a salvação de forma consciente, e agem segundo os preceitos morais e éticos de uma conduta Soberana e Santa. Mas não é um mágico Filho de Deus para nos trazer mazelas e artifícios da imaginação.

A tudo isso o Lobo apenas observava, mas houve um fato que despertou a sua atenção.

HERODES HAVIA ANUNCIADO A MATANÇA DE TODOS OS PRIMOGÊNITOS DO REINO.

Então o Lobo, o Dó Absoluto dos planos inferiores da criação, dividiu a sua UNIDADE em Três Forças (Os Três Reis Magos), alertando José para seguir o Caminho do Deserto, levando Maria e o bebê, ou seja, levando consigo o Aspecto Feminino de Gaia e Toda a Sua Possibilidade Evolutiva.

O Lobo é o mais sublime sentimento de Justiça da Terra, e jamais permitirá que qualquer criança seja molestada sem conseqüências terríveis para aquele que assim o fizer. Observe o trágico destino de Herodes. Ele foi banido pelo imperador Calígula, sendo persuadido pelo seu próprio sobrinho Agripa I, e teve uma morte lamentável.

O Lobo é o fiel protetor de sua prole, símbolo maior da coragem e busca da liberdade. Foi ele quem acompanhou Maria, José e o Menino por toda a vastidão daquele desconhecido.

FEZ-SE OUVIR A VOZ QUE CLAMA NO DESERTO.

Um tal de João, vestido de peles de camelo, pertencente à robusta raça de Judá, era considerado um asceta. Cabia-lhe anunciar a vinda do Grande Redentor aos humildes e pobres em espírito. João trazia uma ideia completamente nova: O batismo como meio de redenção e regeneração. Foi ele o primeiro a introduzir o batismo público nas terras da Palestina. João escolheu as margens do rio Jordão como o seu território especial, onde Jesus, que já havia incorporado o elemento Terra, receberia através do batismo o elemento Água, e no misticismo da pomba o elemento Fogo, o Espírito Santo.

Ali, ouviu-se a voz do Profeta bradando:

“ARREPENDEI-VOS, PREPARAI O CAMINHO DO SENHOR, ENDIREITAI AS SUAS VEREDAS”.

Mais uma vez os doutores da Igreja cometeram um equívoco. A tradução do grego para a palavra  arrependimento é ‘metanoia’, cujo significado é:

UMA NOVA MANEIRA DE PENSAR.

João conclama o povo para ‘uma nova maneira de pensar’, introduzida erroneamente no cânone cristão como ‘arrependimento’.

A diferença parece simples, mas não é. Arrepender-se é uma atitude emocional, enquanto que ‘uma nova maneira de pensar’ envolve pelo menos três Centros (intelectual, emocional e instintivo/motor). Devemos ressaltar que a preparação sugerida por João inclui merecimento e propósito. O merecimento deverá ser alcançado, e a preparação leva implícita um esforço voluntário.

NINGUÉM APRENDE A LÍNGUA CHINESA POR UMA IMPOSIÇÃO DE MÃOS, DA MESMA FORMA QUE NINGUÉM ALCANÇA ‘UMA NOVA MANEIRA DE PENSAR’, SEM ESFORÇOS VOLUNTÁRIOS E CONSTANTES.

Jesus, o Cordeiro de Deus, humildemente adentrou as águas e se deixou batizar por João Batista. É este ser extraordinário que partirá para o deserto, sabendo que o espera o mais Valente e Cruel Senhor da Terra, o mais refulgente Lobo em chamas flamejantes que a Terra conheceu. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

Desde os primórdios da Era Cristã tencionava-se difundir os ensinamentos de Jesus. Estes ensinamentos são místicos, embora reduzidos à interpretação literal das parábolas. É preciso deixar claro também que todos os Apóstolos de Jesus foram escolhidos em função de seus conhecimentos e experiência de vida, portanto, não eram meros pescadores escolhidos de uma forma intempestiva e irracional.

Vamos lembrar também que, após a sua morte e ressurreição, os Apóstolos levaram o seu conhecimento a dois círculos circunscritos: Um era de natureza geral, exterior, e o outro interno, gradualmente esclarecido por elevados princípios de uma Escola Mística. A este Círculo Interno damos o nome de Tinta Fogo Branca, ou seja, aquilo que não pode ser transmitido por meio de palavras, ou simplesmente através dos livros.

DURANTE ALGUNS SÉCULOS APÓS A VINDA DE JESUS, A IGREJA PRIMITIVA ERA UMA ESCOLA DOS MISTÉRIOS, E NÃO UM SISTEMA PÚBLICO DE ENSINAMENTO RELIGIOSO.

Após sua separação consensual entre o Místico e o Sistema Aberto, um pequeno grupo de cristãos considerados dignos e devidamente qualificados, permaneceu em diversas partes do mundo como ‘Guardiões do Verdadeiro Conhecimento’, e formaram aquilo a que chamo ESCOLA. Somente estes têm acesso à brilhante Luz da Iluminação Transcendental, na sua forma mais primitiva. Podemos dizer que o número daqueles que estão preparados para assumir o Círculo Interior é tão pequeno, que se torna praticamente impossível manter os fragmentos no contexto inicial.

Compreenda que não pretendo com isso desmerecer os ensinamentos atuais da Igreja, mas deixo em aberto que o seu propósito maior é preparar o nível básico das pessoas, para que por meio de esforços pessoais e direcionados alcancem a Senda da Sabedoria. Quando chegarem aos portais desta Senda entenderão o real significado do Lobo e o Cordeiro.

Inicia-se a partir daqui a missão de Jesus, o Cristo, enviado pelos poderes do Alto ao Cosmos chamado Terra, para nos trazer uma nova linha prática de pensamento reflexivo, a que chamamos UMA NOVA MANEIRA DE PENSAR. Todas as provas vividas por ele são de natureza objetiva, pois Jesus é um Homem nº 8, ou seja, pertence a uma Oitava de Grau Superior a nossa. O primeiro incidente de sua vida missionária, antes de iniciar a vida pública, foi o retiro de 40 dias e 40 noites para meditação e silêncio.

Em toda a Bíblia Cristã encontramos referências às montanhas e ao deserto. As montanhas eram sinais de iluminação, de inspiração divina, enquanto o deserto, ou vale, era o local de confronto com as fases terrenas, não espiritualizadas da vida. O deserto era sinônimo de: solidão, meditação e silêncio interior. Durante a simbologia dos 40 dias e 40 noites que por lá permaneceu, Jesus jejuou e padeceu os sofrimentos do corpo e da carne. Quando falamos em Escala e Relatividade, diria que Jesus padeceu aquilo que o Povo de Deus havia padecido nos 40 anos de peregrinação pelo deserto. A simbologia do ‘exército de Faraó’ é exatamente esta: ‘fases terrenas não espiritualizadas da vida’.

Diante de tal desafio (continuo dizendo que este relato é simbólico e deve ser visto como tal), é natural que após 40 dias e 40 noites, o corpo sinta-se de tal forma enfraquecido em suas limitadas possibilidades e ações, que nos vemos submetidos a todo tipo de visões distorcidas, tanto interiores, quanto exteriores. Neste momento angustiante, o nosso lado terreno grita dentro de nós, implorando um mínimo de substância que possibilite a sobrevivência.

ESTAMOS SUJEITOS ENTÃO AO MAIS ALTO GRAU POSSÍVEL DE IMAGINAÇÃO.

A ALUCINAÇÃO TOMA CONTA DO NOSSO CORPO, QUANDO O PRIVAMOS DURANTE MUITO TEMPO DE COMIDA E ÁGUA.

Na verdade a síntese do texto nos aponta para o real inimigo do homem: A SUA IMAGINAÇÃO. A luta travada por Jesus no simbolismo do deserto, deixa antever uma batalha cruel pela não-identificação. Neste contexto Jesus torna-se senhor do Caminho do Homem nº 1, ou seja, vence a batalha travada contra os Centros Instintivo e Motor. Torna-se assim Senhor da Sua Própria Vontade, passa a exercer completo domínio sobre o corpo físico. Mas o seu lado emocional ainda está completamente debilitado.

É neste contexto que Jesus recebe a figura do Lobo, chamado aqui de Satanás, ou seja, sente no vazio da própria fraqueza e fragilidade, a presença gritante daquilo que adquiriu ao tomar a Forma Humana, ou seja, os elementos formadores e constituintes do seu corpo físico: Terra, Água, Ar e Fogo. E justaposta a isso, também todas as características herdadas da espécie: necessidades, poder, ambição, angústia, dor, sede, inveja, enfim todas as características inerentes ao nosso ser.

A BATALHA DE JESUS É TRAVADA CONSIGO MESMO E NÃO CONTRA NENHUM SER DO MAL QUE POSSA INFLUIR NA SUA CONDUTA.

Satanás aqui é o simbolismo de uma ‘Legião de eus’,  que sente a proximidade da morte iminente e luta bravamente, como acontece a todos nós, todos os dias, para sobreviver. Aqueles ‘eus’ sabiam que a vitória de Jesus sobre si mesmo simbolizava a própria morte para eles. Não há nada externo, nenhuma entidade que possa ser real e influenciar na sua conduta, a não ser a sua atitude diante do momento que está vivendo.

Este relato que estamos fazendo tem uma importância tão grande que vamos mudar o ângulo de apreciação e fazê-lo novamente.

No Evangelho segundo Mateus, capítulo 4 versículo de 1 a 11, intitulado “A tentação de Jesus”, há relatos sobre a visita de um tal Satanás, que lhe rende desafios e ofertas, utilizando-se da fraqueza determinante do corpo físico de Jesus, deteriorado por 40 dias e 40 noites de jejum, frio e calor intensos. As propostas feitas pelo tal Satanás são de fácil leitura, através da Tinta Fogo Negra em qualquer Bíblia Cristã. Por isso não vamos relatá-las aqui.

O nosso ser, tal como somos hoje, é formado por uma ‘Legião de eus’, quase sempre conflitantes entre si. Esses ‘eus’ são, em sua maioria, entidades imaginárias que habitam o corpo, mas dentre eles existem alguns ‘eus’ que podem ser despertados, para que possam nos ajudar na evolução da consciência. Todos esses ‘eus’ necessitam ser alimentados de diversas formas, pois são entidades com necessidades reais de sobrevivência.

Torna-se evidente então que após 40 dias e 40 noites de abstinência, estes ‘eus’ sintam-se realmente ameaçados e venham a esboçar reações, sugerindo ‘instintos de defesa e continuidade’ na mente enfraquecida e debilitada de Jesus. E ele como Grande Mestre e Senhor da Sabedoria tinha o exato conhecimento de que passaria por isso.

PORTANTO, EM NENHUM MOMENTO REAGIU, POIS SÓ OS SIMPLES MORTAIS REAGEM. A REAÇÃO ALIMENTA OS ‘EUS’ E JESUS ERA SABEDOR DISSO.

Suas respostas são sábias, menos uma. Não por culpa sua, mas pelo erro que os tradutores bíblicos cometeram, não sei se por falta de conhecimento na hora de traduzir ou por indisfarçada arrogância e falta de preparo e mérito, além de desrespeito, é claro.

Em nenhum momento de sua missão Soberana e Santa ele o Cordeiro se dirigiu à entidade a quem chamam de Satanás dizendo: “Afasta-te de mim, Satanás. Embora sua fragilidade fosse tão intensa que não o julgaríamos mal se assim tivesse procedido. Na verdade a tradução original dos Textos Sagrados é:

“VEM E SEGUE-ME”.

Aqui, fica mais uma vez comprovada a suprema grandeza do gesto do maior dentre todos os Avatares que já pisou este chão.

Jesus com sabedoria e dignidade queria dizer a todos aqueles ‘eus’ que estavam prestes a morrer que transmutassem a sua energia em forma de Luz e o ajudassem a suportar a dor, com isso seriam elevados a outro Nível de Ser e , conseqüentemente, não morreriam.

“VEM E SEGUE-ME”.

É um doce acalanto para a minha alma, poder ouvir isso. Jesus é o Soberano Rei, o Cordeiro, grande Mestre e Senhor. A maior ESCOLA que passou pela Terra.

Após proferir estas palavras, o seu interior calou-se.

Ao retirar-se em silêncio e contemplação, cruzou o seu caminho o mais belo Lobo que os seus olhos jamais viram, dizendo lhe: ‘Tu és o Cordeiro de Deus, Filho do Deus Altíssimo, o que queres de mim?‘ Então, Jesus lhe respondeu: ‘Beija-me a face e devolva minha alma cativa à liberdade, para que possa retornar à casa de meu Pai’. O Lobo lhe dirigiu novamente a palavra, dizendo: ‘Quando devo fazê-lo?’ Ao que Jesus lhe disse: ‘Quando lhe oferecerem trinta moedas de prata, faça-o’. O Lobo ainda lhe lançou um último olhar. ‘É possível que me livres de tal incumbência?‘ Jesus lhe responde: ‘Faça-o, por amor à Terra e a todos os seres sencientes que nela habitam’. O lobo retirou-se para o grande vale, enquanto Jesus recebia a notícia da prisão e morte de João Batista, ‘a voz que clama no deserto’.

Judas Iscariotes era um homem nº 7, por isso tinha consciência absoluta de suas ações e por amor e suprema dedicação ao seu Mestre e Senhor lhe beijou a face no Getsêmani. A dor foi tão profunda na alma daquele homem íntegro e leal, que todos os ‘eus’ que habitavam o seu corpo fugiram apavorados, não lhe restando outro destino senão a MORTE.

Que assim seja!

083 – O Chakra do Coração

In Artigos on 22 de julho de 2011 at 14:51

O Quarto Chakra, Anahata, é mais conhecido no ocidente como O Chakra do Coração, justamente por sua localização entre os seios (no centro do peito). Este Chakra está diretamente associado ao simbolismo católico: O Sagrado Coração de Jesus. E reflete uma importante necessidade básica: Dar e Receber Incondicionalmente.

Quando estamos amargurados,  ressentidos  ou com dificuldades nos relacionamentos precisamos prestar muita atenção, porque se trata de um alerta do Quarto Chakra. Ele nos diz que não estamos sendo leais com o Lobo e o Cordeiro que foram confiados à nossa guarda. Quando temos milhões de motivos para sermos realizados e felizes e nos prendemos a um pequeno desvio de rota, estamos sendo ingratos para conosco mesmo e para com o Alto. A solução sempre vem, independente do modo como desejamos e arbitrariamente intuímos. Estarmos abertos à intenção é tudo que precisamos fazer.

A energia do timo, pulmões e coração é governada por este Chakra. Por exemplo, o Lobo quando cativo nos três Chakras inferiores influi diretamente no sistema imunológico, na qualidade do ar que respiramos e nos estados emocionais, por não estarmos ainda sob a regência desta magnífica energia de luz e esplendor. Este centro de energias, além de nos trazer bem-estar e saúde física e psicológica, liga afetivamente as pessoas envolvidas pelos laços do amor. Amor é uma dádiva do Quarto Chakra e paixão é uma emoção oriunda dos chakras inferiores, portanto, não devemos confundir as nuanças do prazer com o amor real e verdadeiro.

Fraternidade, amor, compreensão, solidariedade, entrega, perdão, esperança, confiança e o fazer são qualidades inerentes a este Chakra. Quando o mantemos aberto e em harmonia com a Terra e todos os seus seres sencientes nos sentimos melhor e mais alegres, vivemos mais e melhor e passamos a ter uma visão mais ampla, ou seja, vemos por vários ângulos diferentes aquilo que antes estávamos condicionados a ver como único e verdadeiro.

O conhecimento quando a serviço do verdadeiro ideal torna-se humilde e solidário, ou seja, desce dos patamares superiores da razão e procura abrigo no Chakra do Coração. E o Ser no seu processo de evolução constante e eterno, emerge dos Chakras inferiores e também procura abrigo no Chakra do Coração. Portanto, este Chakra é a sede da compreensão do homem, é o porto onde o Lobo e o Cordeiro encontram abrigo e tornam-se apenas UM, respeitadas as leis de escala e relatividade.

Quando este Chakra está desbloqueado (desperto) passamos a ter uma compreensão maior da natureza humana; de nós mesmos, o que permite ser leal e prestativo tanto a si, quanto ao outro, de uma forma descontraída, sem visar interesses ou recompensas.

A sua cor é o verde, o rosa ou o dourado. O rosa é a cor predominante das flores e o verde é a cor da cura e da harmonia, portanto, encontramos aqui a capacidade de compreender e compartilhar. Sem a conscientização e harmonia dos opostos o Chakra do Coração jamais poderá ser aberto. Sem a harmonização do Lobo e o Cordeiro, ou seja, sem essa possibilidade única que se abre bem à frente dos nossos olhos, continuaremos vivendo na dicotomia DOMINAÇÃO X SUBMISSÃO. Podemos lhes assegurar com a mais absoluta certeza que os extremos não levam a nenhuma meta objetiva. Recebemos este Conhecimento das mãos de Homens Notáveis. O Colecionador, por exemplo, excluía ambos, quando tomados individualmente, do seu ‘álbum de fatos memoráveis’.

JESUS NUNCA EXERCEU DOMÍNIO AUTORITÁRIO SOBRE COISA ALGUMA DA MESMA FORMA QUE JAMAIS FOI SUBMISSO. DOMINAÇÃO E SUBMISSÃO FORMAM PARTE RELEVANTE DA RELIGIÃO DOS HOMENS ADORMECIDOS.

Já fomos orientados quanto aos Chakras serem centros de forças existentes no corpo etérico, também chamados de lótus ou rodas. Quando inativos assemelham-se a rodas; quando despertos tomam a aparência de uma flor de lótus aberta, radiante, colorida pela frequência de energia de suas pétalas.

Os Chakras mais próximos a nós são: o Chakra Raiz ou da Base, o segundo Chacra e o Plexo Solar, que precisam ser orientados no caminho de sua ascensão ao Chakra do Coração. Já os Chakras da Garganta, Frontal e Coronário precisam ser despertados e trazidos à nossa realidade.

Anahata significa ‘O Não Tocado’. Medo, incertezas, ciúme, mágoas, ressentimentos, solidão e insegurança deprimem as forças deste Chakra e as tonalidades sutis do rosa tingem-se de vermelho, aumentando as dúvidas e nos deixando tristes e angustiados.

ESTE CHAKRA É O LEITO DA COMPAIXÃO, AMIZADE E FRATERNIDADE. ELE NOS CONDUZ AO RECOLHIMENTO E À GRATIDÃO.

É o centro do equilíbrio tal como a sua cor, o verde, que ocupa o centro do espectro solar visível. Este Chakra rege o coração e o sistema circulatório, e corresponde às ações altruístas e humanitárias. Vale a pena lembrar novamente que os Chakras são aberturas através das quais criamos nossas crenças e atitudes. Compreender isso nos torna capaz de procurar melhores alternativas e tomar decisões com equilíbrio e consciência.

É no Chakra do Coração que as energias material e espiritual se encontram.

ESSA UNIÃO MÍSTICA SE REALIZA QUANDO, ATRAVÉS DO AMOR INCONDICIONAL, O LOBO E O CORDEIRO QUE FORAM CONFIADOS À NOSSA GUARDA TORNAM-SE APENAS UM.

Vivemos um tempo de mudanças rápidas e contínuas, uma era de transformação marcada com a perda e a dor, portanto, precisamos dedicar uma atenção toda especial a esse Chakra. Mas lembre-se: de nada adianta trabalhar sobre o Quarto Chakra, permanecendo fechados os três inferiores. É como alimentar com sentimentos e compaixão um quarto completamente vazio de significado.

Vivemos hoje um importante momento de avanço tecnológico, onde as ‘partes mais baixas do Centro Intelectual’ são predominantes, portanto, precisamos dar atenção especial a este Chakra e estimular sua abertura aos sentimentos e às verdadeiras emoções. E ele que, quando interagimos de forma consciente, leal e honesta com os três Chakras inferiores, possibilita a harmonia entre o Lobo e o Cordeiro, servindo de abrigo a ambos e reconstituindo estágios esquecidos e renegados da psique. Sentimentos de abandono, rejeição e desamparo são partes do Lobo Cativo, quando o mantemos prisioneiro dentro de nós.

Não devemos esquecer que a dor é parte integrante e importante na fase inicial de desenvolvimento espiritual. Outro ponto que gostaríamos de enfatizar é o fato de as religiões atuais buscarem adeptos dentro do mercado competitivo da cristandade, oferecendo todo tipo de antídoto à dor. É o modo mais simples e objetivo que encontraram de alimentar a imaginação fértil da ‘procissão da miséria humana’.

Acredite: quando este Chakra está desperto não adoecemos. Quando nosso coração está aberto à vida e ao amor incondicional não adoecemos. A doença do homem é espiritual, antes de ser física. Qualquer sintoma para chegar ao corpo físico precisa antes passar pela poderosa Alfândega do Chakra do Coração. Quando este Chakra está desperto, dois Devas de poder avassalador assumem a sua guarda: O Lobo e o Cordeiro. Homens doentes significa: ‘Homens cativos nos três Chakras inferiores, que ainda não permitiram a si mesmos  possibilidades de acesso às dádivas divinas’. Não devemos nos esquecer nunca que o devoto é o ser mais doentio da Terra. Por estar identificado com o imaginário gira em círculos contínuos, numa roda infinita de causa e efeito.

Mas, quando este Chakra está obstruído é comum acontecer ataques cardíacos, obstrução das artérias, doenças circulatórias, formação de coágulos sanguíneos, além de problemas nos tubos bronquiais, nos pulmões e nos seios. Lembramos que este Chakra é a ponte entre energias cósmicas e espirituais com a energia oriunda dos desejos e emoções. Dificuldades nos relacionamentos, ressentimentos, mágoas e não tolerância às falhas e erros dos outros é sinal que ALGO PENETROU EM NOSSAS DEFESAS.

Dentro dos limites da ESCOLA, ou seja, ‘uma nova maneira de pensar’, o Quarto Chakra não pode ser visto de forma isolada, pois ‘um cosmos só é real quando em relação com aquele que lhe antecede e ao outro que lhe é posterior’. Trata-se aqui de uma relação de Três Forças. O Chakra do Coração, Anahata, é um cosmos, portanto, tem uma relação de zero ao infinito, ou seja, é pleno de significado em si mesmo.

O verdadeiro símbolo de Anahata é o Selo Sagrado de Salomão, que representa a união dos opostos: Luz e Trevas.

“COMO EM CIMA TAMBÉM EMBAIXO”

Há uma fonte de água viva bem debaixo de nossos pés; um rio de águas claras, silencioso ele nos convida à reflexão. Talvez possa sentir um beijo suave lhe tocando a face em harmonia absoluta com a brisa de outono, de folhas que caem serenas, expostas à renovação e à vida.  Há um sonho além das colinas ao sul, e uma dádiva de gratidão nas proximidades do norte. O pássaro de penas azuis e bico cor de chumbo vasculha o céu em busca de nuvens de algodão. O rouxinol já deu o seu sangue, permitiu que o espinho rompesse o seu coração e a rosa antes azul agora é vermelha. Gaia é um Chakra chamado Coração, enquanto nós somos os convidados a torná-lo real e eterno.

“TIRA AS SANDÁLIAS DOS PÉS, POIS O LUGAR ONDE ESTÁS É SANTO!”

O quarto Chakra é o lugar da Santidade, onde o Lobo e o Cordeiro tornam-se apenas um em espírito e verdade.

O Santo de Deus, o Filho do Deus Altíssimo, descansa à margem esquerda do Chacra do Coração e o Lobo que se elevou das profundezas do Abismo observa todos os seus movimentos, nem um simples piscar de olhos foge à sua observação.

É um encontro inevitável que está acontecendo exatamente agora. Em diversos  pontos da Terra, seja na Rússia, Turquia, Bélgica, ou em qualquer outro lugar do Planeta alguém está deixando ‘a taberna’ e despertando para uma nova vida.

NÃO HÁ LIMITES DE ESPAÇO/TEMPO PARA AQUELE QUE SE LEMBRA DE SI MESMO.

Que assim seja!

082 – Um Cântico Novo

In Artigos on 17 de julho de 2011 at 18:09

“CANTAI AO SENHOR UM CÂNTICO NOVO!  CANTAI AO SENHOR! CANTAI AO SENHOR!”

O quinto Chakra é Visudha, que significa purificado, ou seja, Um Cântico Novo.

O elemento Éter é sua substância essencial, pois a partir dela todas as demais se cristalizam. É neste Chakra que o Cordeiro cristaliza os elementos terra, ar, água e fogo e se prontifica a assumir a Forma Humana.

O Lótus do quinto Chakra possui dezesseis Pétalas, portanto é múltiplo de quatro, o que lhe confere o direito de ser a Força Ativa da próxima Tríade, quer no sentido ascendente ou descendente.

O quinto Chakra é uma ponte ente os Centros Intelectual e Emocional. Forma-se então a Tríade Alquímica: Pensamento, Sentimento e Palavra. A Palavra é a Força Neutralizante desta Tríade, portanto, será a Força Ativa da próxima. O Cordeiro é aquele que semeia a Palavra no Chakra do Coração.

O CORDEIRO É A PALAVRA DE DEUS, QUE SÓ PODE SER COMPREENDIDA POR AQUELES QUE ASCENDERAM AO CHAKRA DO CORAÇÃO.

A partir do quinto Chakra da Oitava Descendente, o Cordeiro passa a estar ao alcance das atitudes mentais e emocionais do homem. Integra os pensamentos, sentimentos e a palavra, absorvendo em si mesmo os caracteres humanos e materializando cada vez mais sua presença física na Terra.

No Tantra Budista o quinto Chakra, ou Chakra da Garganta, está associado ao elemento ar e tem como símbolo uma lua crescente verde, símbolo de esperança e redenção. Neste Chakra o elemento ar não representa apenas o movimento e o vento, mas também as qualidades vitais da respiração.

A ESCOLA NOS DIZ QUE TEMPO É RESPIRAÇÃO.

Este Chakra traz em si todos os sons e vibrações espirituais. A ganância é o maior inimigo a ser vencido no quinto Chakra. É a sua paixão obscurecedora. O Cordeiro ao entrar nos limites deste Chakra, sente todas as paixões e desejos do homem, mas não se identifica com eles. Significa que  nossos pensamentos, sentimentos e desejos não são os mesmos de Deus.

O Lobo ao ascender dos Chakras inferiores, torna-se Senhor de Todas as Paixões concernentes a esses Chakras, e também Senhor da Terra, Água, Ar e Fogo. Quando por ambição, orgulho e vaidade usamos indevidamente os recursos naturais; quando poluímos ar e água, e utilizamos o fogo para assolamento e destruição, desrespeitamos o Lobo confiado à nossa guarda.

Homens rudes e inconseqüentes, alheios à grandeza do mundo no qual vivemos, deixam de valorizar as verdadeiras possibilidades do existir, fazendo do Lobo o Senhor Absoluto dos seus Desejos e Ambições. Alimentamos, então, o Lobo com Energia Emocional, perdendo poder pessoal e ficando fragilizados. Criar aparatos ilusórios para exorcizá-lo é uma das maiores idiotices do ser humano em todos os tempos. O que realmente devemos fazer é ser verdadeiros, íntegros e leais, assim transmutamos aquela que chamamos energia do mal em uma forma do bem, mas para isso precisamos definir de um modo novo, inteligente e eficaz nosso propósito.

Este é um dos significados de ‘o homem não pode fazer absolutamente nada’. O Lobo é Senhor da Mecanicidade. Ela é o seu alimento preferido, mas também sua possibilidade evolutiva: dependendo somente de nós, de nossas atitudes e intenções.

Num momento de extrema infelicidade, o homem protagonizou inverter todo o processo. Fez isso e descobriu que tal atitude lhe trazia benefícios e ganhos pessoais e passou a usá-la para sedimentar crenças e criar a dicotomia das religiões da Terra.  Surgiu, então, a divisão entre Deus e o Diabo, dividindo ambos em territórios sob o domínio do Bem e do Mal. Assumiu o homem, por questões de caráter e personalidade a missão de fazer com que a grande maioria investisse na ideia que o mal é uma entidade externa e influi no comportamento de forma objetiva. Isso fez com que o ser humano acabasse ESQUECENDO DE SI MESMO, sem compreender a herança infeliz que estava trazendo para a sua alma.

O Lobo tornou-se, então, o Centro Instintivo de Gaia, a Grande Mãe. Ele pode assumir e dominar pensamentos, sentimentos e emoções, tanto quanto convocar o vento, a água e o fogo, disseminando assim tragédias horrendas por toda a Terra. O Lobo é o Centro Instintivo de Gaia. Ele é o somatório de todos os pensamentos, sentimentos, desejos e emoções, agindo em consonância com nossas intenções.

MAS NÃO É MALDIZENDO A SI MESMO E AO LOBO QUE IREMOS EVITAR ISSO. PRECISAMOS RESPEITAR PENSAMENTOS, SENTIMENTOS E DESEJOS, E AO PRÓXIMO, ALÉM DE GAIA, NOSSA MÃE.

O Lobo não é o Mal, mas sim, uma forma do Bem que ainda não compreendemos. Temos dois caminhos a seguir:

PODEMOS MALDIZER A FEBRE OU SER GRATOS A ELA POR NOS REVELAR QUE HÁ UM DISTÚRBIO NO ORGANISMO. MAS, DUVIDO QUE EXORCIZANDO A FEBRE VAMOS GERAR UM PROCESSO DE CURA. 

Compreenda que todo processo é interno. Não há Deus real se habitamos, simplesmente, o mundo das aparências. Precisamos despertar o EU REAL, para manter contato com o lado nobre da existência.

PRECISAMOS DESPERTAR E FUGIR PARA BEM LONGE DESSE SONHO POBRE EM SIGNIFICADO, QUE NOS INDUZIRAM A SONHAR.

“LEMBRA-TE DE TI MESMO E TUDO O MAIS LHE SERÁ DADO POR ACRÉSCIMO.”

A Paz do Lobo e o Cordeiro significa Harmonia Planetária. Se ferirmos Gaia, o Lobo moverá eternidades se preciso for para cicatrizar suas feridas. Ele a sente no próprio corpo.

UM LOBO FERIDO E FAMINTO PODE TORNAR-SE EXTREMAMENTE FEROZ, COM UM PODER IMENSO DE REAÇÃO EM CADEIA.

O Lobo

Localizado na garganta, o quinto Chakra é o mediador entre a entrada e a saída do sistema nervoso. Quando nossos estímulos mentais e emocionais estão em conflito, todo o corpo fica sobrecarregado com atitudes tensas e emotivas. A oração no seu verdadeiro sentido é uma forma de comunicação e se realiza no quinto Chakra. São pensamentos manifestados emocionalmente, cujas respostas podem vir a se cristalizar nos planos inferiores. A oração é uma forma de orientação, quando nos sentimos empobrecidos em relação ao ego, mas só é real se estiver revestida de humildade.

A ORAÇÃO DEVE SER COMPREENDIDA COMO UM MEIO DE PEDIR OU AGRADECER O MELHOR DA PARTE SUPERIOR DE NOSSA PRÓPRIA NATUREZA.

É um meio de tornar-se vulnerável às forças inspiradoras da criação, para receber a chuva de graças que cai das dimensões espirituais. A oração é um instinto e, psicologicamente falando, é um meio de orientar o Lobo Interior na direção do Chakra do Coração. Somente ele poderá nos conduzir através das agruras, pântanos sombrios e noites insólitas até Anahata, o Chakra do Coração, onde o Cordeiro pacientemente nos espera.

OS RESULTADOS ALCANÇADOS NA ORAÇÃO NÃO ESTÃO CONDICIONADOS A NENHUMA CRENÇA PESSOAL, O IMPORTANTE É ESTAR ABERTO ÀS INFLUÊNCIAS SUPERIORES.

Estamos criando e desenvolvendo um universo particular através dos desejos, pensamentos e preconceitos.

QUANTO MAIOR FOR NOSSA CONSCIÊNCIA EM RELAÇÃO AO LOBO E SEU SER, MAIS FORTE A REALIDADE INDIVIDUAL E MAIS ALINHADOS ESTAREMOS AO TODO DA EXISTÊNCIA.

O Lobo e o Cordeiro são canais de acesso ao Inconsciente Coletivo, quando harmonizados, aceitos e respeitados são guias no caminho das realizações humanas e espirituais.

O quinto Chakra é um canal de comunicação. É preciso lembrar que a voz contém uma quantidade imensa de informações sobre a pessoa que fala. Qualidades emocionais, atitudes, posturas e orientação mental são evidentes em padrões de fala e vocabulário.

A VERDADEIRA ARTE DO QUINTO CHAKRA REPOUSA EM SABER OUVIR.

QUANDO PERMITIMOS AO LOBO, ATRAVÉS DE PRÁTICAS E ATITUDES CORRETAS ASCENDER AO CHAKRA DO CORAÇÃO, SUA FEROCIDADE É TRANSMUTADA EM COMPAIXÃO.

Não uma compaixão cega e identificada, mas amor combinado com sabedoria. É a aparente tensão dos opostos projetada pelo Lobo e o Cordeiro que, quando alimentada de forma inteligente pela consciência desperta, nos faz sensíveis aos apelos de Gaia e a todos os seres sencientes.

É preciso ver a interação que há entre tudo e todas as coisas, mas esse ver só é possível se mantemos indenes o Lobo e o Cordeiro que foram confiados à nossa guarda.

PRECISAMOS DIRECIONAR DE MANEIRA PRÁTICA TODA FORÇA E RIQUEZA DE PENSAMENTOS, SENTIMENTOS E EMOÇÕES..

Qualquer ser senciente pode ser nossa mãe, pai ou um amigo. Somos uma enorme família dispersa entre os mais diversos reinos: animal, vegetal ou mineral.

NÃO HÁ NADA MORTO NA IMENSIDÃO DA TERRA.

SE A TERRA É UM IMENSO SER VIVO, COMO JUSTIFICAR A EXISTÊNCIA DE ALGUMA COISA MORTA NO SEU INTERIOR?

A linearidade do tempo só existe nas camadas inferiores do universo tridimensional e não há poder redentor maior no mundo que a força da compaixão.

QUANDO O LOBO, ROMPENDO AS CAMADAS INFERIORES ASCENDE AO CHAKRA DO CORAÇÃO, EM VEZ DE NOS TORNARMOS PODEROSOS E PREPOTENTES, TORNAMO-NOS COMPASSIVOS E AMOROSOS.

Deixe que  pensamentos e sentimentos fluam espontaneamente. Pare de interpretá-los segundo parâmetros de racionalidade e crenças. Nós, agora, neste instante mesmo, somos os seres mais sublimes e autênticos da Terra. Olhe para si mesmo e contemple. Não racionalize, nem interprete, apenas contemple. Precisamos estar livres de restrições e julgamentos.

TANTO O LOBO, QUANTO O CORDEIRO SÃO SÍMBOLOS DE LIBERTAÇÃO INTERIOR.

O Útero Cósmico de Maria anuncia o Cordeiro. Ele está consumando a travessia do quinto Chakra e se aproxima do Chakra do Coração. Ali  integrará os quatro elementos, materializando assim o Lobo, o seu corpo físico.

O Lobo é Senhor dos Quatro Elementos, portanto, o Cordeiro está prestes a assumir  seu corpo e instinto, ou seja, a forma dos Seres Tricerebrais do Planeta Terra. Mas a sua espiritualidade é inacessível, ela provém das camadas superiores da existência.

O Lobo é um sábio e já demarcou seu território. Ele reconhece os seus limites, mas desconhece a palavra submissão.

Não há limites de espaço/tempo para o Cordeiro. Ele é senhor de seu destino, portanto, considera o tempo exato e a grandeza de sua vinda.

O Lobo sabe exatamente a natureza de sua missão: Reconduzir o Cordeiro à casa do Pai.

DURANTE TODA A PERMANÊNCIA DO CORDEIRO ENTRE NÓS, O LOBO ASSUMIU A FORMA DE JUDAS ISCARIOTES, POIS SABIA HÁ MILHARES DE SÉCULOS QUE LHE FORA DESTINADA AQUELA MISSÃO.

Que assim seja!

081 – O Comando do Alto

In Artigos on 16 de julho de 2011 at 17:58

O sexto Chakra recebe em sânscrito o nome de Ajna que significa Comando do Alto. Ele tem duas Pétalas unidas pela mandala Candra. É conhecido como Oceano de Néctar, pois recebe as gotas de Luz que emanam do Chakra da Coroa, ou Lótus de Mil Pétalas.

Voltamos a lembrar que os Chakras são para a consciência, aberturas através das quais as forças emocionais, mentais e espirituais fluem na expressão física. São aberturas através das quais adquirimos nosso sistema de crenças e atitudes, portanto, somos co-criadores de uma estrutura corpo/mente.

É no sexto Chakra que recebemos as vibrações da energia de forma visual. É, também, o centro do discernimento, do julgamento imparcial e das funções superiores do cérebro. Quando não o temos desenvolvido todas as possibilidades reais tornam-se invertidas, ou seja, vemos as coisas à nossa volta não como realmente são, mas como gostaríamos que fossem.

A Observação de Si Mesmo mantém uma relação especial com a abertura do sexto Chakra, pois aquele que ainda não observou o próprio universo interior fica impossibilitado de conhecer a si mesmo, deixando de assimilar o caminho e o propósito maior de sua vida.

É necessária também uma dose maior de coragem para abri-lo, mas aqui a coragem é diferenciada daquela à qual nos referimos nos planos inferiores, pois trata-se da Coragem do Cordeiro, ou seja, intuitiva, nutritiva e emocional. É um processo de aceitação de si mesmo e do próximo como entidades iguais.

Este Chakra representa a Mente Pura, é a relação entre o Vazio e os Fatores Genéricos da Criação. Localiza-se no centro da cabeça e está associado às faculdades de percepção: Cérebro anterior e o Córtex cerebral. Estes por sua vez estão divididos em Hemisfério esquerdo e Hemisfério direito: O Tonal e o Nagual.

O Hemisfério esquerdo está intimamente relacionado às questões lógicas e à racionalidade, com conceitos lineares e analíticos, tais como: o modo como os intelectuais interpretam a visão do mundo, e à matemática. É conceituado como o Hemisfério Masculino, símbolo de virilidade e poder, e governa o Lado Direito do Homem.

O Hemisfério direito governa o Lado Esquerdo do Homem e é tido como receptivo e feminino. É este lado que possui a sensibilidade para a música, arte, dança, e o despertar para Estados Superiores de Consciência.

ATENÇÃO! À medida que avançamos cada vez mais em direção à era da tecnologia e da modernidade, o Hemisfério direito adquire um grau cada vez maior de atrofia. Conseqüentemente, estamos perdendo contato com o Real e Eterno que habita em nós.

A religião vivida pelo homem da atualidade está repleta de racionalismos, a serviço da realização e consumação dos desejos e interesses meramente pessoais, ausente da magia e simbolismo que outrora elevou o seu Ser a alturas inimagináveis.

Os homens nº 1, 2 e 3, que perfazem hoje quase 100% da humanidade, são os integrantes daquilo que chamamos de Procissão da Miséria Humana, pois perderam contato com o EU REAL, com AQUELE QUE REALMENTE É.

Somos autômatos. Não possuímos vontade (significando que somos movidos por desejos circunstanciais sobre os quais não temos nenhum controle). Não podemos fazer (nossas respostas são condicionadas a extremos de prazer e dor) e não possuímos aquilo que designamos por eu ou individualidade (não possuímos propósito e sensibilidade o bastante, para transmutar energias grosseiras em formas sutis).

Todo objetivo, e até os ideais mais altruístas, visa, apenas, bem-estar, segurança e poder pessoal. Nossos guias tornaram-se auto protetores e racionais, e a razão passou a ser o Absoluto em nossas vidas. O Deus de nossa tradição, não importando a qual religião pertencemos, tornou-se uma entidade paternalista e protetora dos nossos interesses e salvação. Apenas um evento circunstancial para nos livrar da servidão e dos pecados.

O DEUS DA PROCISSÃO DA MISÉRIA HUMANA É O SENHOR QUE ESTÁ SENTADO NO TRONO DO HEMISFÉRIO ESQUERDO DO CÉREBRO.

A Procissão da Miséria Humana perdeu todo e qualquer contato com Aquele que Realmente É. Não somos mais receptivos às condições, tanto internas quanto externas. Parece inato a nós ter uma necessidade neurótica de seguir padrões pré-estabelecidos, que nos façam sentir seguros e reconhecidos.

CRIAMOS IMAGENS MENTAIS DO MUNDO E DEPOIS AS PROJETAMOS COMO SE FOSSEM A REALIDADE.

Tudo aquilo que exaltamos como avanço tecnológico, mídia de sustentação e projetos de marketing, está a serviço da Geração do Hemisfério Esquerdo.

A identificação é o maior e mais poderoso de todos os Demônios da Modernidade (se é que existe algum por aí), e o Lobo, pobre Diabo, é a sua vítima consensual.

Aqueles que alimentam com impressões nutritivas o Hemisfério Direito têm como foco o Centro da Cabeça, e são mais emocionais e intuitivos. Em vez de se ajustar a um modelo de vida imposto e sem alternativas e às idéias pré-concebidas, eles intuem e sentem a natureza do Todo, inerente ao seu Universo Interior.

Torna-se urgente  compreender que o Lobo e o Cordeiro não são antagônicos, mas sim complementares.

O INTELECTO E A INTUIÇÃO NÃO PODEM VIVER UM SEM O OUTRO.

No entanto, a ênfase dada ao hemisfério esquerdo está quebrando essa harmonia.

AUTO-IMPORTÂNCIA E AUTO-ESTIMA, AMBAS ESTÃO CONCENTRADAS NO HEMISFÉRIO ESQUERDO.

Estamos tomando atitudes erradas com a certeza absoluta de estarmos agindo em prol da civilização e dos avanços da ciência. O Conhecimento científico procura estudar tudo aquilo que está ao seu alcance, para exercer controle ou para se proteger.

OBSERVAM APENAS PARA CONTROLAR E SE PROTEGER, E ASSIM, PERMANECEM ALHEIOS A SI MESMOS.

Quando nosso conhecimento for, além de teórico, também intuitivo e neutro, poderemos compactuar com a paz que tanto buscamos.

NÃO É AQUILO QUE VEMOS, MAS O MODO COMO VEMOS, QUE DETERMINA O QUE CHAMAMOS DE EXPERIÊNCIA REAL.

O Cordeiro se aproxima cada vez mais do sexto Chakra, vencendo camadas de densidade cada vez maior e perdendo gradualmente contato com as vibrações originais de seu mundo. É esse Hemisfério direito, atrofiado, o campo de pouso de um Cordeiro manso de coração e humilde por natureza búdica.

PREPARA-TE, Ó REI DOS REIS, POIS, ESTÁS TE APROXIMANDO DO INFERNO!

Do lado esquerdo do cérebro, ou seja, do Lado Direito do Homem, o Lobo observa as Linhas Paralelas.

Quando nos identificamos com alguma coisa, a mente fica presa ao objeto de nossa identificação e para promover o seu domínio lhe dá nome e significado. Todavia, identificação não é consciência, mas sim um obstáculo a ser vencido no caminho da própria evolução da consciência. A identificação mantém forma e função, dois critérios subjetivos que alimentam o seu quinhão. Ela está sempre a serviço de alguma coisa ou alguém. Essa identificação pode ser transmutada, quando a luz da consciência lançar seu brilho sobre as sombras concisas do seu limitado mundo.

Hoje somos vítimas  de sua estrutura, dos seus padrões conceituais e dos modos sutis que utiliza para nos coagir e absorver parte de nossa energia, que irá lhe servir de alimento. Por isso, todo processo de associação é mecânico; somos como um computador, nossas entradas e saídas dependem de programação e lógica.

Nosso sentido de identidade e a visão individual da realidade estão presos às rédeas da identificação. Ela é o limite imposto a todos os horizontes da nossa percepção. Registramos apenas entradas condicionadas pelo seu banco de memórias.

O Cordeiro vence os limites do sexto Chakra e se aproxima da Grande Purificação. O quinto Chakra é o último reduto que separa o Lobo e o Cordeiro.

Do seu Trono o Lobo incorpora o elemento Fogo, transmuta o seu corpo em Chamas Incandescentes, e espera, pacientemente, a chegada do Rei dos Judeus.

Que assim seja!