A Palestina era uma terra onde habitava uma variedade imensa de povos hostis, cujos interesses, além de diferentes, eram conflitantes. A paz, diante de tamanha distorção de valores, era uma possibilidade distante, aliás, sempre nos pareceu uma possibilidade isolada, apenas na imaginação fértil de alguns bem intencionados homens de valor. Naquelas terras interagiam vários idiomas e dialetos, tornando quase impossível a união em torno de objetivos e interesses conciliatórios.
As castas e povos pagãos se multiplicavam e os seus templos eram vistos por toda a região, seus rituais eram predominantes. Mas a classe culta, os eruditos da época, tais como os intelectuais da era da modernidade, eram senhores e detentores do poder, falavam o grego, e o antigo hebraico havia cedido lugar ao dialeto aramaico.
A Palestina, e especialmente as terras próximas, era sem dúvida, pagã, isso um pouco antes da chegada do Cordeiro. O próprio judaísmo representava um enorme problema para a época.
Dentro do contexto financeiro, os hebreus representavam a riqueza e mantinham forte influência sobre diversas nações, enquanto os judeus, por sua sempre presente influência financeira, detinham significativo poder nos bastidores da política.
ESTES JUDEUS PROMISSORES DAVAM VERDADEIRAS FORTUNAS PARA INCENTIVAR E DIVULGAR A FÉ JUDAICA, POIS A CONSIDERAVAM COMO UM INVESTIMENTO QUE LHES TRARIA GRANDES LUCROS E BENEFÍCIOS NO FUTURO.
Eram detentores de elevado grau de liberdade para a época, e detinham privilégios, que eram negados a todos aqueles que fossem nativos da sua terra e não aderissem de bom grado à sua FÉ. Era notoriamente conhecido por todos que o objetivo final era a aniquilação pura e simples de todos os gentios da Palestina.
Nos seus locais de reunião, havia uma separação de classes pré-determinada pela cultura dominante, que era estritamente observada:
AS MULHERES ERAM MANTIDAS DISTANTES, POR SEREM CONSIDERADAS SERES SEM ALMA.
Nenhum rabino se permitia conversar com uma mulher sobre assuntos religiosos e espirituais.
Tal como nos dias de hoje, o vício e as práticas degradantes haviam se espalhado entre as massas, com os padrões morais em franca decadência. O poder governante estava dividido entre a nobreza e o clero, tal como se divide hoje entre a burguesia política, a mídia e os cadafalsos da espiritualidade. Será que existe alguma diferencia substancial quando comparada aos dias de hoje? Também lá as massas eram oprimidas e mantidas no mundo da ignorância, mas acreditavam, segundo a sua tradição, na vinda de um Messias, e na possibilidade de se sublevarem pela presença de um grande líder.
O Lobo se infiltrara entre as massas, a nobreza e o clero, e observava toda a vastidão de terras da Palestina. Ele sabia que o Cordeiro já havia ultrapassado os limites do quinto Chakra e se aproximava cada vez mais de Belém, na Judéia.
Todo o povo de Israel esperava pelo Messias, que viam como um grande Guerreiro que os arrebataria do domínio e do sofrimento, estabelecendo a coesão e união do povo de Israel. Mas a casa de Davi, da qual viria o líder, há muito já havia passado para mãos estrangeiras.
O GRANDE MESTRE IRIA NASCER DE PAIS GENTIOS EM CUJAS VEIAS CORRIA SANGUE ARIANO E EM CUJA MENTE HAVIA ENSINAMENTOS DA FRATERNIDADE ESSÊNIA, BEM COMO OS MAIS SECRETOS ENSINAMENTOS DA GRANDE FRATERNIDADE BRANCA.
O próprio Cordeiro era chamado ‘o galileu’, sendo considerado pelo povo da Palestina como alguém que não era igual. É muito importante lembrar que os judeus ortodoxos consideravam os galileus não só como gentios, de diferentes raças e religião, mas também como inimigos dos seus interesses. Vemos, portanto, que os gentios que habitavam a Galiléia, inclusive os pais do Messias, eram de sangue ariano.
ERAM GENTIOS POR CLASSIFICAÇÃO RELIGIOSA NATURAL, MÍSTICOS PELO PENSAMENTO FILOSÓFICO E JUDEUS POR IMPOSIÇÃO.
Por imposição, todos os gentios da Galiléia foram forçados à circuncisão e a respeitar a Lei Mosaica. Os pais do Messias eram gentios e não falavam a língua judaica, e o dialeto Galileu era motivo de caçoadas para os judeus.
NÃO EXISTE NENHUM DOCUMENTO HISTÓRICO E TAMBÉM NENHUMA REFERÊNCIA PESSOAL DE QUE O CORDEIRO SEJA O MESSIAS DA CASA DE DAVI.
A citação nos Textos Sagrados foi uma tentativa dos seus seguidores de dar consistência à sua descendência, e foi feita muito tempo depois de sua vinda.
Podemos andar durante anos pelas terras da antiga Galileia; visitar mosteiros em busca de informações a respeito de seus documentos valiosos e secretos; buscar em todas as tradições e máximas, e não encontraremos nenhuma citação a uma cidade ou vila que se chamasse Nazaré. Mas encontramos várias citações a uma seita chamada de ‘Os Nazarenos’, conhecida como ‘Primitivos Cristãos’, ou seja ‘aqueles que eram essencialmente preparados para aceitar as doutrinas cristãs’. Os Nazarenos e Essênios tinham muita coisa em comum.
Autoridades da Igreja Católica Romana confirmam o erro de tradução feito por Douai, cuja tradução correta seria: Jesus, o Nazareno, e não Jesus de Nazaré. Segundo registros judaicos e católicos verifica-se que os Nazarenos constituíam uma seita de judeus que acreditava na vinda do Messias, que nasceria de forma singular e seria o Salvador de sua raça.
PORTANTO, JOSÉ, MARIA E O BEBÊ ERAM PERTENCENTES A UMA SEITA NÃO JUDAICA.
No nono mês Ana deu à luz um bebê, uma menina. Passado o tempo de praxe, Ana purificou-se e amamentou a criança, chamando-a MARIA, porque o sol estava em libra na hora do seu nascimento.
No seu primeiro aniversário ela foi aspergida com água pura e pétalas de rosas, e os Magos declararam que o seu nome oficial seria MARIA, a pomba de Hélios.
Ao completar doze anos, Maria deu sinais de fecundidade. Joaquim orou pedindo iluminação, pois não sabia se Maria devia ser dada em casamento ou residir no Templo.
Uma forma não física apareceu diante dele e falou: ‘Joaquim, vai e convoca os viúvos da fraternidade que têm um lar e faz com que cada um deles tome um bastão sagrado; Maria será entregue aos cuidados daquele a quem Deus escolher’. Havia dentre eles um, da Comunidade Essênia da Galileia, que se chamava José, que quando soube do aviso apressou-se a ir ao encontro dos demais.
Maria foi entregue aos cuidados de José, viúvo e carpinteiro, como a Virgem da Fraternidade.
O significado místico da concepção de Maria é uma referência aos Planos Superiores da Existência. Jesus foi concebido da mesma forma que os demais seres de sua espécie, seus irmãos tricerebrais da Terra, sendo que a única diferença reside no fato de Maria e José não praticarem o sexo identificados pelos prazeres da carne, como fazemos todos nós, ou seja, segundo a energia proveniente do Chakra Raiz. A sexualidade de Maria e José é Tântrica no mais alto grau de espiritualidade possível ao homem. Não é uma dádiva ao prazer, mas sim à Bem-Aventurança.
ELES TRANSMUTARAM ESSA ENERGIA DENSA E CATIVA NUMA FORMA DE VIBRAÇÕES SUPERIORES, E JESUS FOI GERADO NO CHAKRA DO CORAÇÃO.
Este é o conceito fundamental da concepção de Maria. Tanto Maria, quanto José eram seres elevados que haviam atingido a Consciência Objetiva.
MARIA É O SÍMBOLO MAIOR DO CENTRO EMOCIONAL SUPERIOR E JOSÉ DO CENTRO INTELECTUAL SUPERIOR.
A virgindade dos seres em nível elevado de conscientização, aqueles que se tornaram Consciência Objetiva aqui na Terra, não está condicionada ao rompimento do hímen, pois sua elevação cósmica transcende os limites do plano físico. A Anunciação do Anjo revela o alto grau de conscientização de Maria e a compreensão de José, além de sua entrega total a Maria e ao Menino, por si só faz dele um ser elevado na escala da evolução espiritual.
SER CONCEBIDA PELO ESPÍRITO SANTO SIGNIFICA: NÃO SE ENTREGAR AO PRAZER ORIUNDO DO CHAKRA RAIZ PELA MERA SATISFAÇÃO DOS DESEJOS DA CARNE.
Maria, desde o seu nascimento foi um exemplo vivo de evolução espiritual. O seu corpo aceitou José por ser ele o escolhido do Deus Altíssimo, para conduzi-la e à criança através do desconhecido (o deserto).
São palavras que nascem da Tinta Fogo Branca, do mais completo Vazio da Existência que é prenhe de significado pelas emanações que jorram do Altíssimo!
Durante séculos muitos são aqueles que se distanciam da Igreja em virtude de interpretações meramente literais. É preciso urgentemente rever os conceitos, buscar respostas na origem, não na linguagem dos templos. Deixo aqui uma pergunta:
PORQUÊ AS AUTORIDADES RELIGIOSAS NÃO REVELAM AO QUE ELES CHAMAM DE ‘O POVO DE DEUS’ A VIDA DE JESUS DOS 13 AOS 30 ANOS?
Jesus é um homem normal, sábio por força de propósito e conduta irrevogável. Detentor de todas as dores e miséria pelas quais todos nós passamos, com a diferença de nunca ter se identificado com elas. Um homem de conscientização elevada por força de sua busca incansável pelo Pai, mas não por ter poderes mágicos herdados do Alto. Salvador de todos aqueles que buscam a salvação de forma consciente, e agem segundo os preceitos morais e éticos de uma conduta Soberana e Santa. Mas não é um mágico Filho de Deus para nos trazer mazelas e artifícios da imaginação.
A tudo isso o Lobo apenas observava, mas houve um fato que despertou a sua atenção.
HERODES HAVIA ANUNCIADO A MATANÇA DE TODOS OS PRIMOGÊNITOS DO REINO.
Então o Lobo, o Dó Absoluto dos planos inferiores da criação, dividiu a sua UNIDADE em Três Forças (Os Três Reis Magos), alertando José para seguir o Caminho do Deserto, levando Maria e o bebê, ou seja, levando consigo o Aspecto Feminino de Gaia e Toda a Sua Possibilidade Evolutiva.
O Lobo é o mais sublime sentimento de Justiça da Terra, e jamais permitirá que qualquer criança seja molestada sem conseqüências terríveis para aquele que assim o fizer. Observe o trágico destino de Herodes. Ele foi banido pelo imperador Calígula, sendo persuadido pelo seu próprio sobrinho Agripa I, e teve uma morte lamentável.
O Lobo é o fiel protetor de sua prole, símbolo maior da coragem e busca da liberdade. Foi ele quem acompanhou Maria, José e o Menino por toda a vastidão daquele desconhecido.
FEZ-SE OUVIR A VOZ QUE CLAMA NO DESERTO.
Um tal de João, vestido de peles de camelo, pertencente à robusta raça de Judá, era considerado um asceta. Cabia-lhe anunciar a vinda do Grande Redentor aos humildes e pobres em espírito. João trazia uma ideia completamente nova: O batismo como meio de redenção e regeneração. Foi ele o primeiro a introduzir o batismo público nas terras da Palestina. João escolheu as margens do rio Jordão como o seu território especial, onde Jesus, que já havia incorporado o elemento Terra, receberia através do batismo o elemento Água, e no misticismo da pomba o elemento Fogo, o Espírito Santo.
Ali, ouviu-se a voz do Profeta bradando:
“ARREPENDEI-VOS, PREPARAI O CAMINHO DO SENHOR, ENDIREITAI AS SUAS VEREDAS”.
Mais uma vez os doutores da Igreja cometeram um equívoco. A tradução do grego para a palavra arrependimento é ‘metanoia’, cujo significado é:
UMA NOVA MANEIRA DE PENSAR.
João conclama o povo para ‘uma nova maneira de pensar’, introduzida erroneamente no cânone cristão como ‘arrependimento’.
A diferença parece simples, mas não é. Arrepender-se é uma atitude emocional, enquanto que ‘uma nova maneira de pensar’ envolve pelo menos três Centros (intelectual, emocional e instintivo/motor). Devemos ressaltar que a preparação sugerida por João inclui merecimento e propósito. O merecimento deverá ser alcançado, e a preparação leva implícita um esforço voluntário.
NINGUÉM APRENDE A LÍNGUA CHINESA POR UMA IMPOSIÇÃO DE MÃOS, DA MESMA FORMA QUE NINGUÉM ALCANÇA ‘UMA NOVA MANEIRA DE PENSAR’, SEM ESFORÇOS VOLUNTÁRIOS E CONSTANTES.
Jesus, o Cordeiro de Deus, humildemente adentrou as águas e se deixou batizar por João Batista. É este ser extraordinário que partirá para o deserto, sabendo que o espera o mais Valente e Cruel Senhor da Terra, o mais refulgente Lobo em chamas flamejantes que a Terra conheceu. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.
Desde os primórdios da Era Cristã tencionava-se difundir os ensinamentos de Jesus. Estes ensinamentos são místicos, embora reduzidos à interpretação literal das parábolas. É preciso deixar claro também que todos os Apóstolos de Jesus foram escolhidos em função de seus conhecimentos e experiência de vida, portanto, não eram meros pescadores escolhidos de uma forma intempestiva e irracional.
Vamos lembrar também que, após a sua morte e ressurreição, os Apóstolos levaram o seu conhecimento a dois círculos circunscritos: Um era de natureza geral, exterior, e o outro interno, gradualmente esclarecido por elevados princípios de uma Escola Mística. A este Círculo Interno damos o nome de Tinta Fogo Branca, ou seja, aquilo que não pode ser transmitido por meio de palavras, ou simplesmente através dos livros.
DURANTE ALGUNS SÉCULOS APÓS A VINDA DE JESUS, A IGREJA PRIMITIVA ERA UMA ESCOLA DOS MISTÉRIOS, E NÃO UM SISTEMA PÚBLICO DE ENSINAMENTO RELIGIOSO.
Após sua separação consensual entre o Místico e o Sistema Aberto, um pequeno grupo de cristãos considerados dignos e devidamente qualificados, permaneceu em diversas partes do mundo como ‘Guardiões do Verdadeiro Conhecimento’, e formaram aquilo a que chamo ESCOLA. Somente estes têm acesso à brilhante Luz da Iluminação Transcendental, na sua forma mais primitiva. Podemos dizer que o número daqueles que estão preparados para assumir o Círculo Interior é tão pequeno, que se torna praticamente impossível manter os fragmentos no contexto inicial.
Compreenda que não pretendo com isso desmerecer os ensinamentos atuais da Igreja, mas deixo em aberto que o seu propósito maior é preparar o nível básico das pessoas, para que por meio de esforços pessoais e direcionados alcancem a Senda da Sabedoria. Quando chegarem aos portais desta Senda entenderão o real significado do Lobo e o Cordeiro.
Inicia-se a partir daqui a missão de Jesus, o Cristo, enviado pelos poderes do Alto ao Cosmos chamado Terra, para nos trazer uma nova linha prática de pensamento reflexivo, a que chamamos UMA NOVA MANEIRA DE PENSAR. Todas as provas vividas por ele são de natureza objetiva, pois Jesus é um Homem nº 8, ou seja, pertence a uma Oitava de Grau Superior a nossa. O primeiro incidente de sua vida missionária, antes de iniciar a vida pública, foi o retiro de 40 dias e 40 noites para meditação e silêncio.
Em toda a Bíblia Cristã encontramos referências às montanhas e ao deserto. As montanhas eram sinais de iluminação, de inspiração divina, enquanto o deserto, ou vale, era o local de confronto com as fases terrenas, não espiritualizadas da vida. O deserto era sinônimo de: solidão, meditação e silêncio interior. Durante a simbologia dos 40 dias e 40 noites que por lá permaneceu, Jesus jejuou e padeceu os sofrimentos do corpo e da carne. Quando falamos em Escala e Relatividade, diria que Jesus padeceu aquilo que o Povo de Deus havia padecido nos 40 anos de peregrinação pelo deserto. A simbologia do ‘exército de Faraó’ é exatamente esta: ‘fases terrenas não espiritualizadas da vida’.
Diante de tal desafio (continuo dizendo que este relato é simbólico e deve ser visto como tal), é natural que após 40 dias e 40 noites, o corpo sinta-se de tal forma enfraquecido em suas limitadas possibilidades e ações, que nos vemos submetidos a todo tipo de visões distorcidas, tanto interiores, quanto exteriores. Neste momento angustiante, o nosso lado terreno grita dentro de nós, implorando um mínimo de substância que possibilite a sobrevivência.
ESTAMOS SUJEITOS ENTÃO AO MAIS ALTO GRAU POSSÍVEL DE IMAGINAÇÃO.
A ALUCINAÇÃO TOMA CONTA DO NOSSO CORPO, QUANDO O PRIVAMOS DURANTE MUITO TEMPO DE COMIDA E ÁGUA.
Na verdade a síntese do texto nos aponta para o real inimigo do homem: A SUA IMAGINAÇÃO. A luta travada por Jesus no simbolismo do deserto, deixa antever uma batalha cruel pela não-identificação. Neste contexto Jesus torna-se senhor do Caminho do Homem nº 1, ou seja, vence a batalha travada contra os Centros Instintivo e Motor. Torna-se assim Senhor da Sua Própria Vontade, passa a exercer completo domínio sobre o corpo físico. Mas o seu lado emocional ainda está completamente debilitado.
É neste contexto que Jesus recebe a figura do Lobo, chamado aqui de Satanás, ou seja, sente no vazio da própria fraqueza e fragilidade, a presença gritante daquilo que adquiriu ao tomar a Forma Humana, ou seja, os elementos formadores e constituintes do seu corpo físico: Terra, Água, Ar e Fogo. E justaposta a isso, também todas as características herdadas da espécie: necessidades, poder, ambição, angústia, dor, sede, inveja, enfim todas as características inerentes ao nosso ser.
A BATALHA DE JESUS É TRAVADA CONSIGO MESMO E NÃO CONTRA NENHUM SER DO MAL QUE POSSA INFLUIR NA SUA CONDUTA.
Satanás aqui é o simbolismo de uma ‘Legião de eus’, que sente a proximidade da morte iminente e luta bravamente, como acontece a todos nós, todos os dias, para sobreviver. Aqueles ‘eus’ sabiam que a vitória de Jesus sobre si mesmo simbolizava a própria morte para eles. Não há nada externo, nenhuma entidade que possa ser real e influenciar na sua conduta, a não ser a sua atitude diante do momento que está vivendo.
Este relato que estamos fazendo tem uma importância tão grande que vamos mudar o ângulo de apreciação e fazê-lo novamente.
No Evangelho segundo Mateus, capítulo 4 versículo de 1 a 11, intitulado “A tentação de Jesus”, há relatos sobre a visita de um tal Satanás, que lhe rende desafios e ofertas, utilizando-se da fraqueza determinante do corpo físico de Jesus, deteriorado por 40 dias e 40 noites de jejum, frio e calor intensos. As propostas feitas pelo tal Satanás são de fácil leitura, através da Tinta Fogo Negra em qualquer Bíblia Cristã. Por isso não vamos relatá-las aqui.
O nosso ser, tal como somos hoje, é formado por uma ‘Legião de eus’, quase sempre conflitantes entre si. Esses ‘eus’ são, em sua maioria, entidades imaginárias que habitam o corpo, mas dentre eles existem alguns ‘eus’ que podem ser despertados, para que possam nos ajudar na evolução da consciência. Todos esses ‘eus’ necessitam ser alimentados de diversas formas, pois são entidades com necessidades reais de sobrevivência.
Torna-se evidente então que após 40 dias e 40 noites de abstinência, estes ‘eus’ sintam-se realmente ameaçados e venham a esboçar reações, sugerindo ‘instintos de defesa e continuidade’ na mente enfraquecida e debilitada de Jesus. E ele como Grande Mestre e Senhor da Sabedoria tinha o exato conhecimento de que passaria por isso.
PORTANTO, EM NENHUM MOMENTO REAGIU, POIS SÓ OS SIMPLES MORTAIS REAGEM. A REAÇÃO ALIMENTA OS ‘EUS’ E JESUS ERA SABEDOR DISSO.
Suas respostas são sábias, menos uma. Não por culpa sua, mas pelo erro que os tradutores bíblicos cometeram, não sei se por falta de conhecimento na hora de traduzir ou por indisfarçada arrogância e falta de preparo e mérito, além de desrespeito, é claro.
Em nenhum momento de sua missão Soberana e Santa ele o Cordeiro se dirigiu à entidade a quem chamam de Satanás dizendo: “Afasta-te de mim, Satanás”. Embora sua fragilidade fosse tão intensa que não o julgaríamos mal se assim tivesse procedido. Na verdade a tradução original dos Textos Sagrados é:
“VEM E SEGUE-ME”.
Aqui, fica mais uma vez comprovada a suprema grandeza do gesto do maior dentre todos os Avatares que já pisou este chão.
Jesus com sabedoria e dignidade queria dizer a todos aqueles ‘eus’ que estavam prestes a morrer que transmutassem a sua energia em forma de Luz e o ajudassem a suportar a dor, com isso seriam elevados a outro Nível de Ser e , conseqüentemente, não morreriam.
“VEM E SEGUE-ME”.
É um doce acalanto para a minha alma, poder ouvir isso. Jesus é o Soberano Rei, o Cordeiro, grande Mestre e Senhor. A maior ESCOLA que passou pela Terra.
Após proferir estas palavras, o seu interior calou-se.
Ao retirar-se em silêncio e contemplação, cruzou o seu caminho o mais belo Lobo que os seus olhos jamais viram, dizendo lhe: ‘Tu és o Cordeiro de Deus, Filho do Deus Altíssimo, o que queres de mim?‘ Então, Jesus lhe respondeu: ‘Beija-me a face e devolva minha alma cativa à liberdade, para que possa retornar à casa de meu Pai’. O Lobo lhe dirigiu novamente a palavra, dizendo: ‘Quando devo fazê-lo?’ Ao que Jesus lhe disse: ‘Quando lhe oferecerem trinta moedas de prata, faça-o’. O Lobo ainda lhe lançou um último olhar. ‘É possível que me livres de tal incumbência?‘ Jesus lhe responde: ‘Faça-o, por amor à Terra e a todos os seres sencientes que nela habitam’. O lobo retirou-se para o grande vale, enquanto Jesus recebia a notícia da prisão e morte de João Batista, ‘a voz que clama no deserto’.
Judas Iscariotes era um homem nº 7, por isso tinha consciência absoluta de suas ações e por amor e suprema dedicação ao seu Mestre e Senhor lhe beijou a face no Getsêmani. A dor foi tão profunda na alma daquele homem íntegro e leal, que todos os ‘eus’ que habitavam o seu corpo fugiram apavorados, não lhe restando outro destino senão a MORTE.
Que assim seja!